Modernismo brasileiro vira tema de exposição em Londres, na Royal Academy of Arts


Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Rubem Valentim estão entre artistas selecionados da mostra londrina. Modernismo brasileiro vira tema de exposição na Royal Academy of Arts, em Londres
Igor Arroyo
A Royal Academy of Arts, um dos museus mais nobres de Londres (Inglaterra), abriu nesta terça (28) a exposição “Brasil! Brasil! O Nascimento do Modernismo”. A mostra reúne mais de 130 obras das décadas de 1910 a 1970 de importantes artistas brasileiros. São nomes que romperam com os padrões estéticos europeus da época e criaram uma arte moderna que celebra as culturas, as identidades e as paisagens do Brasil.
A exposição traz uma visão ampliada do modernismo brasileiro. Entre as obras, há trabalhos de artistas como Anita Malfatti, que liderou o movimento, e Tarsila do Amaral, agora internacionalmente celebrada.
A exposição também conta com a participação de nomes como Alfredo Volpi, Djanira da Motta e Silva, Rubem Valentim e Flávio de Carvalho.
Londres recebe exposição sobre Modernismo Brasileiro
A maioria das obras expostas vem de coleções particulares raramente vistas, além de trabalhos públicos — muitos deles nunca foram exibidos no Reino Unido. Cada um dos artistas é representado por pelo menos dez obras.
A curadora suíça Fabienne Eggelhofer afirma que não existe apenas um modernismo, mas “vários modernismos”. Ela começou a aprender português depois de se apaixonar pela vertente brasileira do movimento.
Fabienne conta que foi ao Brasil pela primeira vez em 2019 e se impressionou com a falta de representatividade da cultura brasileira fora do país.
“Visitei todos os museus e descobri uma arte brasileira que não conhecia, o que é uma vergonha! Durante meus estudos na universidade, na Suíça e em Paris, a gente nunca falou da arte brasileira”, afirma.
O movimento modernista se inspirou no cotidiano brasileiro e na sua rica cultura para definir um rumo artístico que celebrasse as diversas identidades e paisagens vibrantes do país. Aqui era visto como uma terra de oportunidades, com vasto território e enormes recursos naturais. Era um Brasil cada vez mais urbano e com novas ideias políticas, sociais e artísticas.
Atual diretora do Museu de Língua Portuguesa (em São Paulo), Roberta Saraiva Coutinho também participou da curadoria em Londres e contou da emoção de participar do projeto: “Entrar na Academia Real de Londres e ver esse conjunto de obras máximas do modernismo brasileiro é, de fato, muito impactante. Uma exposição com obras desse nível exige muitas negociações. São obras difíceis de sair das paredes”, afirmou.
A exposição fica aberta ao público até o dia 21 de abril e, depois, as joias brasileiras voltam para casa.
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