Trump aprova decreto que abre portas para expulsão de soldados trans no Exército dos EUA


Presidente dos EUA assinou ordem executiva na segunda (27) que determina eliminação de ‘discriminação racial e de sexo’ que afirma existir nas Forças Armadas norte-americanas. Donald e Melania Trump embarcando no Força Aérea Um
AP Photo/Mark Schiefelbein
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva na segunda-feira (27) que abre portas para o banimento de soldados abertamente transgênero no Exército do país.
A ordem divulgada no site da Casa Branca afirma que existe uma “discriminação com base em raça e sexo” nas Forças Armadas, o que “minam a liderança, a meritocracia e a coesão das unidades, enfraquecendo assim a letalidade e a prontidão da força”.
Horas antes de assinar o decreto a bordo do avião presidencial, Air Force One, Trump disse a congressistas republicanos em Miami que eliminará a “ideologia transgênero” do Exército.
“Para garantir que vamos ter a força de combate mais letal do mundo, eliminaremos a ideologia transgênero de nossas Forças Armadas”, afirmou Trump.
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Na ordem executiva, Trump também afirma que as Forças Armadas “têm sido afligidas com uma ideologia de gênero radical para apaziguar ativistas” e que “muitas condições de saúde mental e física são incompatíveis com o serviço ativo”.
A ordem afirma que “a adoção de uma identidade de gênero inconsistente com o sexo de um indivíduo entra em conflito com o comprometimento de um soldado com um estilo de vida honrado, verdadeiro e disciplinado, inclusive em sua vida pessoal”.
“A afirmação de um homem de que é uma mulher e sua exigência de que outros honrem essa falsidade não são consistentes com a humildade e a abnegação exigidas de um militar”, afirma o texto.
Com isso, a ordem executiva abre portas para o início de um processo de expulsão de soldados abertamente transgênero do Exército dos EUA. Quase 15 mil militares da ativa são trans –um número considerado relativamente baixo,
O número de pessoas transgênero no serviço militar americano é considerado relativamente baixo, com quase 15 mil pessoas entre os dois milhões de integrantes das Forças Armadas.
O decreto referente aos soldados transgênero seguiu uma série de ordens executivas relacionadas com o Exército que Trump anunciou ter assinado na segunda-feira. Entre elas, o republicano também pediu a construção de uma versão americana do sistema antimísseis “Domo de Ferro” de Israel e determinou o retorno de militares dispensados por se recusarem a receber a vacina contra a Covid.
Durante a campanha presidencial, o republicano prometeu restringir os direitos das pessoas transgênero nos Estados Unidos. Afirmou, em particular, que encerraria “a partir do primeiro dia” o que chamou de “delírio transgênero”.
Segundo o Instituto Williams da Universidade da Califórnia, aproximadamente 1,6 milhão de pessoas maiores de 13 anos, incluindo 300 mil adolescentes, se identificam como transgênero nos EUA.
As Forças Armadas americanas suspenderam a proibição do recrutamento de pessoas transgênero em 2016, durante o governo do democrata Barack Obama.
Quase metade dos estados, em sua maioria liderados por conservadores, proíbe a participação de mulheres transgênero nas competições de esportes escolares femininos, outra proibição que Trump também quer ampliar a nível federal.
Em 20 de janeiro, data de sua posse, Trump prometeu varrer as políticas em favor das pessoas transgênero e afirmou que os Estados Unidos apenas reconheceriam “dois sexos, masculino e feminino”, definidos ao nascer. Um decreto publicado pela Casa Branca no mesmo dia diz que “esses sexos não são modificáveis e estão ancorados em uma realidade fundamental e incontestável”.
Os tratamentos médicos para que menores mudem de gênero ou o acesso de mulheres transgênero às competições esportivas femininas são temas quentes nos Estados Unidos, um país bastante polarizado.
Na segunda-feira, o presidente também assegurou que “evitará a doutrinação” dos soldados americanos “por ideologias de extrema esquerda como a teoria crítica da raça”. Os conservadores usam esse conceito de forma pejorativa para denunciar o ensino da sensibilização contra o racismo.
Na sexta-feira, o Senado dos Estados Unidos aprovou por margem mínima, com o voto de desempate do vice-presidente J.D. Vance, a indicação de Pete Hegseth para o cargo de secretário de Defesa.
Ao assumir formalmente o cargo na segunda-feira, o ex-apresentador da Fox News disse aos jornalistas que seu departamento implementará as decisões presidenciais “sem demora e sem exceção”.
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