Golpe: Cid diz que Michelle e Eduardo Bolsonaro eram radicais

STF mantém acordo de delação premiada de Mauro CidAgência Brasil

A delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL-RJ), homologada pelo Supremo Tribunal Federal, aponta que Michelle Bolsonaro (PL-DF) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) faziam parte dogrupo mais favorável a um golpe de Estado entre os conselheiros do ex-presidente.

As informações foram divulgadas pela coluna de Elio Gaspari no jornal O Globo neste domingo (26).

Segundo Cid, havia três grupos de conselheiros ao redor de Bolsonaro: um radical, que incluía Michelle e Eduardo, além de Onyx Lorenzoni, Jorge Seif, Gilson Machado, Magno Malta e o general Mario Fernandes; um grupo de políticos conservadores; e outro moderado, composto por generais que, segundo ele, temiam que o ex-presidente cometesse atos extremos influenciado pelos radicais.

Entre os generais citados estava o então ministro da Defesa, que, conforme o relato, se opunha à ideia de um golpe devido às possíveis consequências graves.

A delação também confirma a existência de um “gabinete do ódio” no Palácio do Planalto durante o governo anterior. Cid afirmou que esse gabinete produzia conteúdo de ataques a instituições democráticas, que eram disseminados pelo ex-presidente.

Além disso, ele declarou ter recebido ordens para avaliar e vender joias dadas como presente pela Arábia Saudita, com o dinheiro sendo recebido em espécie por Bolsonaro, supostamente para evitar rastreamento.

As declarações reforçam investigações da Polícia Federal sobre crimes de peculato, lavagem de dinheiro e utilização indevida de recursos públicos.

Posição de Bolsonaro

Em resposta, a defesa de Bolsonaro criticou o vazamento de informações da delação. “A defesa do Presidente Bolsonaro […] manifesta sua indignação diante de novos ‘vazamentos seletivos’, assim como seu inconformismo diante do fato de que, enquanto lhe é sonegado acesso legal à integralidade da referida colaboração, seu conteúdo […] continua sendo repetidamente publicizado em veículos de comunicação, tornando o sigilo uma imposição apenas às defesas dos investigados, evidentemente prejudicadas em seu direito a ampla defesa.”

Já o senador Jorge Seif afirmou que tomará medidas judiciais contra o vazamento e o conteúdo das declarações. “Jamais ouvi, abordei ou insinuei nada sobre o suposto golpe com o presidente da República nem com quaisquer dos citados na delação vazada”, declarou.

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