Acolhimento, palestras e ‘minuto do barulho’ marcam os 12 anos da tragédia na Boate Kiss em Santa Maria, veja programação


Todos os anos, a população se reúne para homenagear os mortos e sobreviventes. Em 27 de janeiro de 2013, um incêndio em uma casa noturna matou 242 pessoas. Exposição fotográfica marca os 12 anos do incêndio da Boate Kiss
Nesta segunda-feira, dia 27 de janeiro, uma das maiores tragédias do Rio Grande do Sul completa 12 anos. Em 2013, o incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria, na Região Central do RS, tirou a vida de 242 pessoas e deixou 636 sobreviventes. Todos os anos, a população se reúne para homenagear os mortos e sobreviventes do incêndio na casa noturna.
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O Coletivo Kiss: Que Não Se Repita e a Associação de Familiares e Vítimas da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) promovem uma programação especial que marca as homenagens para as vítimas.
“As ações realizadas têm como intuito preservar a memória daqueles que partiram e construir um futuro seguro para os que aqui ficaram”, informa o documento de divulgação da programação.
Série documental do Globoplay relembra tragédia
MEMÓRIA GLOBO: Incêndio da boate Kiss
Homenagem às vítimas da boate Kiss em 2024.
TV Globo
As homenagens começam no domingo, dia 26, a partir das 21h, com acolhimento na Praça Saldanha Marinho, centro da cidade. Já a partir da 1h da manhã, é feita a leitura dos nomes dos 242 jovens que perderam suas vidas. Próximo ao horário que iniciou o incêndio, está previsto o “minuto do barulho” para homenagear as vítimas.
Na segunda-feira, a partir das 18h, os tributos são retomados com uma fala do presidente da AVTSM, Flávio Silva (confira a programação completa abaixo).
Programação completa
Dia 26, domingo
21h – Acolhimento na tenda da Vigília (Praça Saldanha Marinho).
22h – Caminhada até o prédio onde funcionava a boate e que hoje está sendo construído no Memorial 23h – Ato “Muro da Memória”.
00h – Apresentação de vídeos.
1h – Leitura dos nomes dos 242 jovens que perderam suas vidas em 27 de janeiro de 2013.
2h – Próximo ao horário que iniciou o incêndio, haverá o minuto do barulho para homenagear as vítimas.
Dia 27, segunda-feira
18h – Abertura com a fala do Presidente da AVTSM, Flávio Silva.
18h10 – Atualização das últimas decisões do Processo Penal com Pedro Barcellos Jr, advogado da AVTSM.
18h30 – Vozes da saudade com Maria Tagliapietra (mãe da vítima Luciano Tagliapietra Esperdião); Maria Aparecida Neves (mãe de Augusto Cezar Neves) e Adherbal Ferreira (pai de Jennifer Mendes Ferreira).
19h20 – Sobrevivi para contar com Mirian Schalemberg, Jovani Rosso, Cristiane Clavé e Delvani Rosso, sobreviventes da tragédia de 27 de janeiro de 2013.
20h10 – Cuidar e acolher, com Volnei Dassoler e Patrícia Bueno, membros do Santa Maria Acolhe.
21h – Encerramento das atividades.
Relembre o caso
Na madrugada de 27 de janeiro de 2013, um incêndio atingiu a boate Kiss, no centro de Santa Maria. O fogo começou por volta das 2h, durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira. O grupo utilizou dispositivos pirotécnicos como efeito visual e as fagulhas atingiram a espuma acústica que revestia o teto da boate, que incendiou.
Boate Kiss: relembre incêndio e veja lista de vítimas
Centenas de pessoas ficaram desesperadas e começaram a correr em busca de uma saída. Segundo bombeiros que fizeram o primeiro atendimento da ocorrência, muitas vítimas tentaram escapar pelo banheiro do estabelecimento e acabaram morrendo. Ao todo, foram 242 pessoas mortas, com 636 sobreviventes.
Incêndio atinge a boate Kiss em Santa Maria
AFP
Repercussão na Justiça
O júri realizado em dezembro de 2021 condenou quatro réus pelo incêndio: Elissandro Callegaro Spohr, Mauro Londero Hoffmann , Marcelo de Jesus e Luciano Bonilha.
Elissandro Spohr, sócio da boate: 22 anos e seis meses de prisão por homicídio simples com dolo eventual
Mauro Hoffmann, sócio da boate: 19 anos e seis meses de prisão por homicídio simples com dolo eventual
Marcelo de Jesus, vocalista da banda Gurizada Fandangueira: 18 anos de prisão por homicídio simples com dolo eventual
Luciano Bonilha, auxiliar da banda: 18 anos de prisão por homicídio simples com dolo eventual
Kiko Spohr, Mauro Hoffmann, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão durante o júri da Boate Kiss
TJ-RS
No entanto, o Tribunal de Justiça (TJ) anulou o julgamento, em agosto de 2022, alegando irregularidades na escolha dos jurados, reunião entre o juiz presidente do júri e os jurados, ilegalidades nos quesitos elaborados e suposta mudança da acusação na réplica.
Com isso, a execução da pena dos quatro foi suspensa por Faccini e nenhum deles foi preso. O Ministério Público recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), que aceitou e determinou as prisões dos réus.
Em agosto de 2022, porém, o Tribunal da Justiça determinou a anulação do júri. Os réus foram soltos.
Veja cronologia desde o incêndio à decisão que ordenou volta de condenados pela tragédia à prisão
E em setembrode 2024, o STF determinou o reestabelecimento da condenação dos réus e os quatro voltaram a ser presos.
A defesa dos condenados entrou novamente com recurso e o novo julgamento deve acontecer, segundo o STF, até o dia 13 de fevereiro.
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