Mulher foi esfaqueada em frente à escola em que dava aula, a Raul Venturelli, no Centro. Atualmente ela voltou ao cargo de diretora de escola municipal. Professora foi esfaqueada por ex que não aceitava o fim da relação em Capão Bonito (SP)
Arquivo pessoal
A professora da rede estadual e diretora de escola municipal de Capão Bonito (SP), Tatiana da Silva Martins, de 47 anos, voltou a trabalhar e continua se recuperando dos ferimentos que sofreu após ser esfaqueada pelo ex-companheiro em maio deste ano.
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A mulher foi vítima de um ataque do ex-companheiro, que não aceitava o fim do relacionamento. Ele a golpeou com um facão e um canivete em frente à escola Raul Venturelli, onde atuava como professora de língua portuguesa.
Crime foi registrado em frente a uma escola no Centro de Capão Bonito (SP)
Reprodução/Redes sociais
Tatiana chegava no local para uma reunião de formação da qual participa semanalmente, quando foi abordada pelo agressor enquanto saia do carro. A violência só parou quando outros professores ouviram os pedidos de socorro.
“Se hoje eu estou viva e voltando a trabalhar, tentando voltar a ter uma vida normal e a ver as minhas filhas e a cuidar delas e da minha mãe idosa, eu acredito que foi um grande milagre de Deus, a quem eu devo a gratidão, a quem eu devo todos os livramentos que ele me providenciou naquele dia, inclusive, daquele rapaz que me acudiu na hora certa”, conta Tatiana.
Ao g1, a professora conta que voltou a atuar como diretora de escola municipal no início de julho, mas que ainda não voltou ao cargo de professora na escola em que sofreu o ataque. Ela segue afastada do local e sem remuneração.
“É um direito que eu tenho como funcionária, mas isso foi um prejuízo para mim, porque não era algo planejado. Realmente eu preciso deste afastamento, porque não tenho condições de estar dentro de uma sala de aula e agir de uma forma proficiente devido à questões psicológicas, ainda é muito recente, acabei sair do momento de choque”, conta.
A mulher chegava para uma reunião na escola Raul Venturelli, onde atua como professora em Capão Bonito (SP)
Google Maps/Reprodução
A professora foi socorrida em estado grave e levou pontos nas mãos, no rosto e no braço. Ela também foi atendida no Hospital Léo Orsi Bernardes (HLOB), em Itapetininga (SP).
A recuperação de Tatiana está acontecendo de forma gradual. Ela está sendo acompanhada por um psiquiatra, um psicólogo, um ortopedista, fisioterapeuta e profissionais de terapia ocupacional, pois ficou sequelas que interferem na mobilidade das mãos, além de ainda sentir dor e estar psicologicamente abalada.
“Ninguém tem o direito de tirar a vida de outro. Nenhum homem tem direito de tirar a vida de uma mulher só porque o relacionamento acabou. Isso tem que parar, tem que terminar”, explica Tatiana.
Suspeito é preso
O agressor, Dimas Cesar de Oliveira, de 63 anos, foi preso no mesmo dia em que cometeu o crime. Ele se apresentou à polícia como funcionário público aposentado, pastor evangélico e também teria dito que é casado com outra mulher há 30 anos, fato que teria escondido de Tatiana.
Ele morava em na capital paulista e teria vindo para o interior naquele dia justamente com intenção de matá-la. Ele estava armando com um facão e um canivete.
Segundo a vítima, ela apenas se relacionou com Dimas pois ele se passava por um homem honrado, que era religioso, divorciado e que desejava construir uma família com ela. Tatiana também conta que até foi apresentada para alguns membros da família dele que moravam na região.
O homem foi autuado em flagrante por tentativa de feminicídio, passou por audiência de custódia e foi transferido da delegacia de Capão Bonito para uma unidade prisional na região.
“Não posso dizer que sinto alegria ou prazer em nada disso, porque não queria que nada disso tivesse acontecido. Eu não esperava que ele fosse capaz de tentar me matar, principalmente da maneira que foi, de uma maneira tão cruel e covarde. Eu não sinto alegria mas eu espero que a Justiça seja feita”, finaliza.
Professora é esfaqueada em frente a escola de Capão Bonito
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