Investigadores da Coreia do Sul pedem que promotores acusem presidente afastado por insurreição


Yoon Suk Yeol impôs uma lei marcial, que restringia direitos civis no país, no mês passado. Investigadores também apontam abuso de poder e obstrução do parlamento. 3 de dezembro – O então presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial no país. A oposição conseguiu derrubar o decreto. Onze dias depois, a Assembleia Nacional aprovou o impeachment de Suk Yeol.
Kim Soo-Hyeon/Reuters
Investigadores da Coreia do Sul pediram aos promotores nesta quinta-feira (23) que acusassem o presidente afastado Yoon Suk Yeol, que está preso, pela imposição da lei marcial no mês passado, acusando-o de insurreição, abuso de poder e obstrução do parlamento, informou a Associated Press (AP).
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O Escritório de Investigação de Corrupção de Altos Funcionários (CIO) afirmou que Yoon organizou um “motim” e tentou minar a constituição ao declarar a lei marcial em 3 de dezembro e enviar tropas e policiais para selar a Assembleia Nacional. A lei restringia direitos civis e fecharia o parlamento, mas foi derrubada horas depois da imposição.
Lee Jae-seung, vice-procurador-chefe do CIO, disse em uma entrevista coletiva televisionada que Yoon também abusou de seu poder ao mobilizar tropas para um propósito ilegítimo e tentou obstruir o direito do parlamento de votar sobre o fim da lei marcial.
Apesar da presença de tropas armadas, os legisladores conseguiram entrar no parlamento e pediram o fim do decreto de emergência em uma votação unânime. A assembleia posteriormente aprovou o impeachment Yoon, suspendendo seus poderes presidenciais, e o Tribunal Constitucional agora está deliberando para determinar se o presidente será formalmente destituído do cargo ou reintegrado.
Yoon tem afirmado que suas ações tinham como objetivo emitir um alerta ao parlamento controlado pela oposição sobre a obstrução da sua agenda, em vez de interromper o trabalho do parlamento.
O Escritório de Investigação de Corrupção tem liderado a investigação contra Yoon com a polícia e as autoridades militares, e o deteve na semana passada.
“Como vocês sabem, apesar de enfrentar uma acusação nacionalmente grave como chefe de uma rebelião, o suspeito tem constantemente se mostrado não cooperativo e desafiado os processos judiciais criminais”, disse Lee.
Após prisão, o presidente sul-coreano destituído, Yoon Suk Yeol, chega ao prédio que abriga o Escritório de Investigação de Corrupção para Altos Funcionários (CIO), em Gwacheon, no dia 15 de janeiro de 2025.
Pool da Coreia do Sul/via AP
Yoon rejeitou os esforços para interrogá-lo durante semanas e usou o serviço de segurança presidencial para repelir a primeira tentativa de detenção. Ele alega que a investigação e sua detenção são ilegais.
A equipe de defesa de Yoon emitiu uma declaração acusando o CIO de “humilhar” Yoon ao tentar pressioná-lo a falar com os investigadores e abusar de seus direitos humanos ao impedi-lo de contatar seus familiares. Yoon se recusou a participar do interrogatório desde que foi detido, citando seu direito de permanecer em silêncio.
Aparecendo pela primeira vez em uma audiência do Tribunal Constitucional na terça-feira (21), Yoon negou ter ordenado que os militares arrastassem os legisladores da Assembleia Nacional para impedir que votassem. Comandantes das unidades militares enviadas à assembleia testemunharam que Yoon os ordenou a retirar os legisladores.
O decreto de lei marcial de Yoon abalou a política e os mercados financeiros da Coreia do Sul e prejudicou sua imagem internacional.
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