Primo dos Bolsonaro denunciado por golpe era figura assídua no Planalto e influente com a família; veja perfil

Léo Índio participou dos atos golpistas que terminaram com ataques terroristas às sedes dos três poderes em 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Denunciado pela Procuradoria-Geral da República por tentativa de golpe de Estado, associação criminosa armada e outros crimes, Leonardo Rodrigues de Jesus, mais conhecido como Léo Índio, é primo dos filhos mais velhos do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Léo Índio participou dos atos golpistas que terminaram com ataques terroristas às sedes dos três poderes em 8 de janeiro de 2023, em Brasília. A denúncia da PGR aponta que “há provas suficientes” de que Léo Índio participou da execução dos atos do 8 de janeiro.
Durante os ataques, ele publicou imagens em uma rede social em cima do Congresso Nacional e próximo ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em uma das postagens, Léo Índio aparecia com os olhos vermelhos, segundo ele devido ao gás lacrimogêneo usado pela Polícia Militar para conter a multidão.
Léo Índio, que completará 42 anos no próximo 4 de março, é filho de Claudio Marcio Rodrigues de Jesus, marido de Rosimeire Nantes, irmã de Rogéria Nantes, a primeira esposa de Bolsonaro e mãe dos três filhos mais velhos de Bolsonaro — Flávio, Carlos e Eduardo —, Léo Índio sempre se apresentou como “sobrinho do Bolsonaro”.
A relação de Léo Índio com Carlos Bolsonaro, um dos filhos mais influentes de Jair Bolsonaro, é particularmente próxima. Léo Índio trabalhou no gabinete de Carlos na Câmara Municipal do Rio de Janeiro e frequentemente aparecia ao seu lado em eventos e nas redes sociais.
Essa proximidade com Carlos e com os outros dois primos, Flávio e Eduardo, fez com que ele fosse tratado como um primo próximo, apesar do parentesco mais distante. A trajetória de Léo Índio ilustra a influência e o acesso que membros da família Bolsonaro e seus aliados próximos tiveram durante o governo de Jair Bolsonaro, refletindo a complexa rede de relações e poder que marcou esse período da política brasileira.
Durante o governo de Jair Bolsonaro, Léo Índio teve acesso privilegiado aos corredores do poder — mesmo sem ocupar um cargo oficial na Presidência da República. Era comum encontrá-lo em eventos, circulando regularmente pelos gabinetes do Palácio do Planalto ou aparecendo em fotos e vídeos de Bolsonaro e outras autoridades.
Além de sua presença constante no Planalto, Léo Índio também utilizou de seu acesso e proximidade com os então detentores do poder para conseguir emprego no Senado Federal. Ele ocupou cargos em comissão na casa entre 2019 e 2022.
Inicialmente, Léo Índio trabalhou no gabinete do senador Chico Rodrigues entre 2019 e 2020. O senador, que no período estava no Democratas, que foi um dos partidos que deu origem ao União Brasil, apoiava Jair Bolsonaro e era vice-líder do governo e foi flagrado transportando dinheiro dentro da calça. Léo Índio deixou o gabinete de Chico Rodrigues após a repercussão do caso. Hoje filiado ao PSB, o senador faz parte da base do governo Lula no Senado Federal.
Depois de deixar o gabinete do senador Chico Rodrigues, Léo Índio foi trabalhar na liderança do Partido Liberal (PL), sigla que recebeu Jair Bolsonaro e boa parte do grupo político que o segue após a saída do PSL, sigla pela qual foi eleito, e uma tentativa frustrada de criar um novo partido político.
Pelo próprio PL, o “sobrinho” de Bolsonaro se candidatou a deputado distrital pelo PL em 2022 com o nome de urna “Léo Índio Bolsonaro”. Ele não declarou bens na ocasião e recebeu 1.801 votos, não foi eleito.
Em 2024, Léo Índio disputou mais uma vez um cargo no legislativo, desta vez o de vereador de Cascavel, no Paraná, mas desta vez pelo PP. Ele declarou ter R$ 5 mil reais em espécie na declaração e bens. Concorreu com o nome de “Léo Bolsonaro” e obteve 739 votos, não foi eleito novamente.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.

Os comentários estão desativados.