Doença é tema de conscientização durante a campanha Janeiro Roxo. Dados da Saúde mostram queda em 2024. IMAGEM DE ARQUIVO: paciente é examinado
Raiza Milhomem/Secretaria Estadual da Saúde
Campinas (SP) registrou 328 casos de hanseníase entre 2014 e 2024, segundo dados enviados pela Secretaria Municipal de Saúde a pedido do g1. A doença, que tem média de 30 casos anuais, teve uma redução no último ano: foram 43,5% a menos (veja o gráfico abaixo).
As mortes por hanseníase não são comuns. Porém, quando não tratada, ela pode atingir pele e nervos, causando incapacidades físicas. A principal preocupação é com a conscientização sobre os sintomas e as formas de transmissão, assuntos lembrados pela campanha Janeiro Roxo.
Abaixo, confirma mais detalhes sobre a hanseníase em Campinas, os sinais e quando buscar ajuda:
Como ocorre a transmissão em Campinas
De acordo com o Ministério da Saúde, a transmissão acontece por meio da eliminação da bactéria por meio do espirro, tosse ou fala. No entanto, é necessário que uma pessoa saudável tenha um contato próximo e, principalmente, prolongado com a pessoa infectada.
A secretária municipal de Saúde, Elda Motta, explica que em Campinas esse processo tende a ocorrer entre pessoas que “moram na mesma casa, comem no mesmo refeitório e dormem junto por algum tempo, por um longo período”.
Por isso, a transmissão é mais comum entre pessoas da mesma família ou que vivem no mesmo local, como abrigos ou em alojamentos de fábricas. Além disso, pontua que a maioria dos casos são de pessoas que vieram de regiões endêmicas do país.
Elda lembra também que os sintomas podem levar anos para se manifestar. “As vezes o contato é de 10, 15 anos atrás. O mais frequente é de cinco anos. É uma doença demorada […]. Então, quando vão manifestar, elas já saíram da região [endêmica]”.
Reconhecer os sintomas evita novos casos
A secretária ressalta que, por ser pouco frequente, a hanseníase tem sintomas pouco conhecidos e pode ser confundida com outras doenças. “Ela pode dar fraqueza nos membros, formigamento, manchas. É até confundida com a síndrome do túnel do carpo, porque é comum naqueles mesmos tendões”.
Pessoas com sintomas devem buscar atendimento médico em uma unidade de saúde. O diagnóstico é feito por meio do exame físico geral dermatológico e neurológico, que busca identificar lesões ou áreas da pele com algum comprometimento que seja característico. Exames laboratoriais também podem ser indicados.
Tratamento
O tratamento da hanseníase é feito com a associação de três antimicrobianos. O tempo pode variar de 6 a 12 meses, mas a doença deixa de ser transmitida logo no início – por isso a identificação dos sintomas e a busca por ajuda são essenciais para evitar novas ocorrências.
“Hoje, com o tratamento, ela não passa assim tão fácil, então não precisa ter medo, né? A não ser que você durma em alojamento, mas aí é outra situação. No dia a dia não precisa ter medo algum da transmissão, né? E hoje, com os tratamentos, em pouco tempo a pessoa para de transmitir também”.
Sinais e sintomas
De acordo com o Ministério da Saúde, entre os sinais e sintomas mais frequentes da hanseníase estão:
Manchas na pele (brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas);
Alteração na sensibilidade às temperaturas, à dor ou no tato;
Comprometimento do (s) nervo (s) periférico (s) – geralmente
Áreas com diminuição dos pelos e do suor;
Sensação de formigamento ou fisgadas, principalmente nas mãos e nos pés;
Diminuição na força muscular da face, mãos ou nos pés;
Caroços no corpo (em alguns casos avermelhados e dolorosos).
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