Seu primeiro período como mulher do presidente foi marcado por poucas palavras e maior distância dos holofotes do que suas antecessoras. Melania Trump e o marido em Washington, no sábado (18), dois dias antes da posse
Matt Rourke/AP
Com passagem discreta pela Casa Branca entre 2017 e 2021, Melania Trump retorna nesta segunda-feira (20) à residência oficial da Presidência, em Washington, com Donald Trump em 2025.
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Durante o período em que morou na capital dos EUA, Melania, de 54 anos, teve como principal marca o silêncio. Ela foi definida como “extremamente fechada” pela autora Kate Andersen Brower, autora do livro “First Women” (primeiras mulheres, em tradução livre).
Tanto que alguns de seus momentos mais comentados não foram em frente ao microfone, mas ao lado de Trump, quando fazia gestos evasivos para se afastar do marido, ou resistia às tentativas dele de chamar sua atenção.
Admiradora confessa de Jacqueline Kennedy Onassis, ela se inspirou na ex-primeira-dama ao se vestir de azul para a posse de Trump em 2017, mas não conseguiu emular seu carisma durante os quatro anos em que ocupou o posto pela primeira vez.
Em entrevista ao programa Fox & Friends no último dia 13, Melania afirmou que a mudança para a Casa Branca será mais tranquila desta vez.
“Não tínhamos muitas informações [em 2017]. As informações não foram fornecidas para nós pela administração anterior. Mas desta vez eu tenho tudo. Tenho os planos, posso me mudar, já fiz as malas, já escolhi os móveis. Então é uma transição muito diferente desta vez.”
Melania também confirmou que a Casa Branca será a residência principal da família Trump pelos próximos quatro anos. Atualmente, o presidente eleito divide seu tempo entre suas propriedades na Flórida e em Nova York.
Além disso, a futura primeira-dama contou que já iniciou o processo de contratação de funcionários para cuidar das tarefas domésticas da Casa Branca.
Naturalizada
Melania Knavs nasceu na antiga Iugoslávia – atual Eslovênia –, em 1970. Ela se tornou modelo e se mudou para Nova York em 1996. Dois anos depois, conheceu Donald Trump, e os dois começaram a namorar. Eles se casaram em 2005 e, após um ano, ela se tornou cidadã norte-americana.
Entre seus trabalhos como modelo, ela fez um ensaio nua, ao lado de outra colega, para a revista francesa “Max”, em 1997. Esquecidas pela opinião pública, essas imagens foram trazidas à tona 21 anos depois pelo jornal “New York Post”.
Melania Trump veste modelo inspirado no figurino de Jacqueline Kennedy na posse de Donald Trump em Washington, em 2017
Jonathan Ernst/Reuters
Como primeira-dama, ela se tornou a primeira mulher com dupla nacionalidade a ocupar o posto, a primeira naturalizada americana e a primeira a não ter nascido nos EUA desde Louisa Adams, esposa de Quincy Adams, o sexto presidente do país, que governou entre 1825 e 1829.
Ela também é a segunda primeira-dama católica do país, depois de Jackie Kennedy.
No primeiro mandato de Trump, Melania não se mudou para Washington com o marido logo após este assumir a Presidência, passando os primeiros meses do mandato do marido em Nova York, ao lado de seu filho, Barron, até que ele terminasse o ano letivo.
Melania Trump antes de viajar para a Flórida com Donald Trump
Carlos Barria/Reuters
A campanha na qual ela teve maior engajamento foi a chamada BeBest, contra o bullying entre crianças em redes sociais.
Já as polêmicas começaram antes mesmo da eleição de Trump. Na Convenção Republicana de 2016, que definiu seu marido como candidato, ela fez um discurso que plagiava trechos de outro feito por Michelle Obama, sua antecessora.
Polêmica da jaqueta
Em 2018, ao visitar um abrigo para crianças imigrantes no Texas, mantidas separadas de seus pais, ela vestiu uma jaqueta verde com os dizeres “Eu realmente não me importo, e você?”. A imprensa questionou se a mensagem era proposital, e se demonstrava falta de empatia em relação a quem tentava entrar ilegalmente no país.
“Óbvio que não coloquei minha jaqueta para crianças. Usei o casaco para entrar e sair do avião. E foi para as pessoas e para a mídia de esquerda que estavam me criticando”, ela respondeu em entrevista à ABC. Mais tarde, ela disse que se opunha à política de separação de famílias na fronteira.
Em 2020, o episódio em que obteve o maior destaque foi positivo: ela subiu ao púlpito e se solidarizou com as vítimas da Covid-19, numa rara mensagem de união dos americanos durante a gestão Trump.
Nos últimos meses em Washington, Melania apoiou a campanha de Trump de alegar, com base em informações falsas, que a eleição presidencial havia sido fraudada para beneficiar Joe Biden. Uma vez fora da Casa Branca, ela tem passado ao largo de eventos públicos.
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