No RS, santuário ecológico que sofreu com estiagem por dois anos seguidos, está recuperado


Ponto de descanso para mais de 180 espécies de aves migratórias, a Lagoa do Peixe se estende por 5 mil hectares na costa do oceano Atlântico. No RS, santuário ecológico que sofreu com estiagem por dois anos seguidos, está recuperado
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No Rio Grande do Sul, um santuário ecológico que sofreu com um período de seca por dois anos seguidos, hoje está recuperado.
Ponto de descanso para mais de 180 espécies de aves migratórias, a Lagoa do Peixe se estende por 5 mil hectares na costa do oceano Atlântico. A água salgada é ideal para a reprodução de camarões, que sustentam mais de 200 pescadores.
“Esse ano está boa, a lagoa está bem cheia. Tendo água tem pesca”, diz o pescador, João Carlos da Silva.
Nos verões de 2022 e 2023 a Lagoa do Peixe secou em uma estiagem que atingiu mais de 300 municípios gaúchos. Milhares de peixes morreram.
“Teve uns dois anos aí que o pessoal, muitos viveram de ajuda, no caso, de cestas básicas, alguma coisa assim”, afirma o pescador, Plinio José Cardoso de Lima.
Nos verões de 2022 e 2023 a Lagoa do Peixe secou em uma estiagem que atingiu mais de 300 municípios gaúchos
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Com o ecossistema recuperado, a pesca voltou a ser permitida e, em 2025, a safra deve ser de 400 toneladas.
“A recuperação desse ambiente foi extraordinária. Já tivemos uma pesca no ano passado de camarão rosa onde foi suficiente, né. E esse ano a tendência é que seja uma safra igual ao ano passado ou até melhor ainda”, pontua Riti Soares dos Santos, gestor do Parque Nacional da Lagoa do Peixe.
A pesca artesanal começa no fim da tarde, quando os pescadores descem as redes penduradas em taquaras para dentro da água. Os trinta e cinco quilômetros de lagoa recebem até 4 mil redes por safra. E é de madrugada, por volta das 3h, que os pescadores voltam à lagoa para conferir o resultado da pesca.
“Estou com um pouco de sono. Mas faz parte. Estou acostumado também. Há quantos anos que estamos pescando já. Até é bom, uma diversão para a gente (risos)”, relata Rosemeri.
Para facilitar a captura, os pescadores colocam lâmpadas em toda a área. Parece até uma cidade. Na verdade, a luz serve para atrair o camarão. Ele segue em direção à iluminação e acaba caindo na rede.
Cada pescador captura em média 30 quilos de camarão por noite – o que rende R$ 450.
Repórter: Uma boa quantidade?
Sandro Souza Lucrecio, pescador: Boa quantidade. Sempre boa.
Repórter: Ali o siri?
Sandro Souza Lucrecio, pescador: Sirizinho.
Repórter: Leva o siri ou deixa ele?
Sandro Souza Lucrecio, pescador: Siri a gente deixa na lagoa. Tira. Leva só o camarão.
Para manter o equilíbrio ecológico é permitido pescar apenas os camarões acima de oito centímetros.
Repórter: Quantos centímetros mais ou menos?
Sadi Joaquim Lucrécio, pescador: Esse aqui, dez centímetros, dez, onze centímetros.
Pescadores capturam camarões
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De volta à margem, um espetáculo a cada amanhecer para agradecer o sustento que vem da lagoa.
“É o que a gente sabe fazer. A gente não tem estudo, então é o que a gente aprendeu desde novinho”, declara a pescadora, Mariniz Terezinha Vieira de Aguiar.
“Tudo o que eu tenho foi da pesca. Minha filha hoje se formou advogada e meu genro advogado. Tudo foi de camarão da lagoa”, afirma Maneca.
“É nosso braço direito da nossa família, então. Nós contamos esse ano de ser uma safra muito boa para nós”, diz o pescador Claudiomiro Alcides de Souza.
No RS, santuário ecológico que sofreu com estiagem por dois anos seguidos, está recuperado
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