5 erros que fazem você virar ‘sócio’ do posto de combustível sem perceber

A maneira como você dirige influencia diretamente no consumo de combustível do seu carro. Ela pode fazer com que você vire sócio do posto de combustível sem nem perceber.

Esticar marchas sem necessidade, acelerar com o trânsito parado à frente e atrasar a frenagem são hábitos que vão reduzir a autonomia e, além disso, acelerar o desgaste de componentes como os freios.

Rodar com o carro cheio de objetos desnecessários, seja no bagageiro, ou em outros compartimentos, é outro hábito que eleva o consumo – quanto maior for o peso,  mais força do motor é necessária para fazer o carro se movimentar e, claro, mais gasto de combustível.

na foto aparece um carro sendo abastecido para você não virar sócio do posto de combustível

Gasolina está mais cara em Itajaí no mês de julho – Foto: Divulgação

Outros erros que aceleram as visitas ao posto de combustível são menos e muita gente pensa que está fazendo a coisa certa.

Confira 5 exemplos para não virar “sócio” do posto de combustível

1) Abastecer com combustível mais barato sem critério

Com a intenção de poupar dinheiro, é comum abastecer sempre em posto de combustível que oferecem os melhores preços. Mas isso não é sinônimo de adulteração, porém vale a pena desconfiar quando os valores praticados estão muito abaixo da média do mercado.

O mentor de tecnologia e inovação em engenharia avançada da SAE Brasil, Erwin Franieck, orienta a dar preferência a postos conhecidos e sempre pedir a nota fiscal para comprovar a compra.

A gasolina “batizada” com solvente e etanol adulterado com adição de água, é capaz de afetar a saúde do motor e dos seus agregados.

“O solvente danifica componentes como dutos, vedações e peças emborrachadas, além causar a formação de depósitos no interior do propulsor. Etanol com mais água do que determina a especificação acelera a corrosão de itens e traz funcionamento irregular”, indica Franieck.

As consequências imediatas de abastecer com combustível adulterado são perda de performance e alta no consumo.

2) Rodar sempre com o motor frio

Rodar pouco a cada dia não garante gastar menos combustível, pelo contrário, ainda faz o carro “beber” mais. O motor precisa atingir determinada temperatura para o calor expandir os componentes internos e, assim, proporcionar condições ideais de funcionamento e lubrificação.

Usar o carro em deslocamentos muito curtos, insuficientes para atingir a temperatura correta, acelera o desgaste e eleva o consumo de combustível. Preste atenção para não virar o sócio do posto de combustível neste caso.

“Dirigir durante menos de 15 minutos nem esquenta o óleo do motor, impossibilitando a lubrificação adequada. Tem carro com baixa quilometragem que apresenta mais desgaste na comparação com um exemplar mais rodado, que no entanto funciona a maior parte do tempo na temperatura ideal”, explica o mentor de tecnologia.

Para Franieck, carros abastecidos com etanol tendem a apresentar mais problemas na “fase fria”, especialmente em localidades com temperaturas mais baixas.

“Em dias frios, a partida de motor abastecido com etanol tende a ser mais difícil em carros antigos, sem sistema de preaquecimento. Injeta-se mais combustível no arranque e a parte não queimada do etanol gera água como resíduo. Se o motor não esquentar adequadamente, a água não evapora e acaba contaminando o óleo, comprometendo sua performance”.

3) Calibrar pneus quentes

Uma outra situação para você não virar “sócio” do posto de combustível é calibrar os pneus toda a semana. Essa é uma iniciativa importante para economizar combustível.

Segundo um estudo feito pela marca de pneus Continental em cerca de 100 postos de combustível, 34% dos motoristas consultados estavam rodando nas cidades de São Paulo e Jundiaí com pneus descalibrados, de um total de 3,5 mil veículos vistoriados.

na foto aparecem pneus que ajudam o motorista a não virar sócio do posto de combustível

Cuidados com os pneus são fundamentais para a segurança do veículo – Foto: Freepik/ND

De acordo com a empresa, a cada 3 psi abaixo da especificação indicada, o consumo aumenta em 2%.

Segundo a fabricante de pneus, perde-se 55 litros de combustível ao rodar 30 km em um ano com a pressão dos pneus abaixo da recomendada. Mas a calibragem deve ser feita de forma correta.

Fazer a calibragem com os pneus quentes só aumenta o consumo. Como o ar aquecido se expande, a pressão fica abaixo da indicada no manual do proprietário. Isso eleva a área de contato do pneu com o piso e demanda mais energia para percorrer as distâncias.

As montadoras recomendam que é preciso fazer o ajuste com o carro parado há pelo menos uma hora ou que tenha rodado não mais do que 3 km em velocidade reduzida.

4) Deixar de usar o ar-condicionado na estrada

De acordo com o Cesvi Brasil, o ar-condicionado pode aumentar o consumo em 20% ou até mais. O compressor do equipamento é acionado por correia ligada ao motor.

Por isso, a orientação para você não virar sócio do posto de combustível é não dirigir com o ar-condicionado ligado e os vidros abertos. Se não estiver muito quente, não coloque o resfriamento no máximo.

na foto aparece o ar-condicionado que faz com que você não seja sócio do posto de combustível

Consumo de ar-condicionado ajuda a gastar gasolina do carro – Foto: Reprodução/ND

Mas se quiser poupar combustível, desligar o ar em rodovias e abrir os vidros em dias quentes não é uma boa ideia.

A turbulência de ar que entra na cabine exige mais esforço do motor para manter o carro em movimento e eleva o consumo até mais do que se você mantivesse a climatização ligada com os vidros fechados.

5) Dirigir na ‘banguela’

Um hábito que muitos motoristas consideram benéfico para reduzir o consumo é andar na “banguela”. Essa prática não faz o carro “beber” menos e ainda compromete a segurança. É capaz ainda de causar danos ao conjunto da transmissão.

“Colocar o câmbio em neutro, na verdade, faz o carro gastar mais combustível do que se estivesse engrenado. O sistema de injeção é calibrado na fábrica para entrar em modo de baixo consumo assim que você tira o pé do acelerador, com o veículo engrenado. Isso faz com que o motor receba apenas a quantidade necessária de combustível para mantê-lo girando”, explica Edson Orikassa, presidente da AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva).

Colocar o câmbio no neutro ou no ponto morto, traz risco de acidentes. “Com as rodas de tração livres, você acaba sobrecarregando os freios, que podem superaquecer, perdendo a eficiência”, esclarece o especialista.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.

Os comentários estão desativados.