Após declarações do presidente eleito Donald Trump, o governo russo declarou que possui interesses nacionais estratégicos no Ártico, nesta quinta-feira (9).
O anúncio acontece após Trump comentar sobre a possível aquisição da Groenlândia, a absorção do Canadá e o controle do Canal do Panamá.
Donald Trump, que assume a presidência em 20 de janeiro, não descartou o uso de medidas militares ou econômicas para buscar a aquisição da Groenlândia e do Canal do Panamá, como parte de uma agenda expansionista que tem promovido desde sua vitória eleitoral em 5 de novembro. Além disso, o presidente eleito sugeriu transformar o Canadá em um estado dos EUA e renomear o Golfo do México como Golfo da América.
Diante dessas declarações, o governo russo, que possui o maior litoral do Ártico, destacou que está monitorando de perto a situação. “O Ártico é uma zona de nossos interesses nacionais e estratégicos”, afirmou Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin.
“Estamos interessados em preservar a atmosfera de paz e estabilidade na zona do Ártico. Observamos o desenvolvimento dramático da situação muito de perto, mas até agora, graças a Deus, no nível de declarações”.
Peskov mencionou que as tentativas americanas de adquirir a Groenlândia, datando do século XIX, são questões a serem resolvidas entre os Estados Unidos e a Dinamarca. Ele também observou que a Europa tem reagido de forma cautelosa às declarações de Trump.
“A Europa age muito timidamente e é claro que é assustador reagir às palavras de Trump, estão muito cautelosos, modestos e silenciosos, quase em um sussurro”, disse Peskov.
O chanceler alemão Olaf Scholz expressou surpresa com as declarações de Trump sobre a Groenlândia e o Canadá, destacando que os parceiros europeus consideram a inviolabilidade das fronteiras um princípio fundamental do direito internacional.
Quanto ao Canal do Panamá, construído pelos EUA e devolvido ao controle panamenho em 1999, a Rússia indicou que essa é uma questão a ser resolvida entre os Estados Unidos e o Panamá. O ministro das Relações Exteriores do Panamá, Javier Martinez-Acha, afirmou nesta terça-feira (7), que “as únicas mãos que controlam o canal são as panamenhas e é assim que continuará sendo”.