Morreu nesta terça-feira (7) Jean-Marie Le Pen, líder e fundador do partido de extrema-direita francês Frente Nacional. Ele tinha 96 anos e estava internado há várias semanas em um hospital na região de Paris.
Jean-Marie Le Pen morreu aos 96 anos – Foto: Jacques Brinon /AP/ND
“Jean-Marie Le Pen, rodeado pela sua família e amigos, foi chamado de volta a Deus às 12h (8h em Brasília) de terça-feira”, disse a família em comunicado enviado à AFP.
Quem foi Jean-Marie Le Pen?
O político nasceu em 20 de junho de 1928, na Bretanha, Oeste da França, e fundou o Front National (FN), atualmente rebatizado como Rassemblement National (RN), um partido político de extrema-direita.
Jean-Marie Le Pen fundou o Front National (FN) – Foto: The New York Times/Reprodução/ND
Durante décadas, Le Pen foi uma das figuras mais polêmicas da política francesa, conhecido por suas opiniões nacionalistas, anti-imigração e negacionistas do Holocausto.
Ele se candidatou à presidência da França em várias ocasiões, entre os anos de 1974 e 2007. Seu maior sucesso foi em 2002, quando chegou ao segundo turno derrotando o então primeiro-ministro Lionel Jospin. No entanto, foi derrotado pelo presidente Jacques Chirac.
Ao longo de sua carreira, Le Pen fez declarações que geraram acusações de racismo, xenofobia e antissemitismo. Ele chegou a descrever o Holocausto como “um detalhe” da Segunda Guerra Mundial, o que lhe rendeu até mesmo condenações judiciais.
Mariene Le Pen assumiu o comando do partido fundado pelo pai – Foto: AP/ND
Em outro momento, afirmou que o ebola, que matou 11.300 pessoas na África Ocidental entre os anos de 2014 e 2016, poderia resolver a superpopulação mundial.
Nos anos 2000, Le Pen passou a ser visto como uma figura ultrapassada por parte do eleitorado devido às opiniões polêmicas. Em 2011, ele entregou a liderança do partido para sua filha, Marine Le Pen, que buscou reformar a imagem do partido, suavizando algumas das posições mais extremas.
A mudança gerou tensões familiares, e Jean-Marie Le Pen foi expulso do próprio partido em 2015, após reiterar declarações polêmicas sobre o Holocausto.