Vendas de veículos eletrificados mais que quadruplicam em três anos na região de Piracicaba


De janeiro a novembro deste ano, foram 1.368 emplacamentos, segundo associação. Veja diferença entre os modelos, preços e quanto é possível economizar em relação à gasolina. Carro elétrico durante carregamento
Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi
Em três anos, o número de veículos eletrificados vendidos na região de Piracicaba (SP) mais que quadruplicou. Os dados são da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) e mostram que, de janeiro a novembro de 2024, já foram realizados 1.368 emplacamentos.
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Em todo o ano 2022, início da série histórica da entidade, foram 293 novas unidades registradas, enquanto em 2023 foram 736.
“A Associação Brasileira do Veículo Elétrico vem projetando já faz mais de 10 anos que, a cada dois anos, o mercado de veículos eletrificados vai dobrar de tamanho. E os números tão aí pra ratificar um pouco isso. O que você está vendo na região de Piracicaba não é um fato isolado. Ele reflete sim o que vem acontecendo [no cenário nacional]”, afirma Thiago Sugahara vice-presidente da ABVE e gerente de ESG da montadora GWM.
Segundo ele, o segmento atingiu neste ano entre 6% a 7% de market share no Brasil, que é o percentual de participação em todo o mercado automobilismo nacional. A nível de comparação, ele aponta que a média de emplacamentos do mundo em relação a toda a frota foi de 18%.
“A gente ainda percebe que tem um bom caminho a percorrer para poder ter essa mesma participação, essa mesma penetração de veículos mais eficientes aqui no mercado brasileiro. Mas a ABVE comemora a evolução desses números”, acrescenta.
Já em relação aos modelos mais vendidos, figuram no topo de lista o Song Plus GS DM e o Dolphin Mini GS EV. Juntos, os dois somam 372 unidades comercializadas, o que representa 27,2% do total.

Chinesas com maior parcela de mercado 📈
Já em relação às fabricantes, aparece em primeiro a chinesa BYD, que é detentora de 51,4% da fatia de mercado deste segmento na região.
Na sequência, está a também chinesa GWM, que tem fábrica em Iracemápolis (SP) e é responsável por 19,2% das unidades emplacadas na área de cobertura do g1 Piracicaba. Confira no gráfico:

Tipos de tecnologias
Divisão por tecnologias 🚗
Os veículos elétricos plug-in (BEV e PHEV) mantêm a maior participação no mercado de leves eletrificados.
De janeiro a novembro deste ano, as vendas dessas tecnologias representaram 77,5% (1.060 unidades), enquanto os híbridos convencionais (HEV e HEV flex), mais os micro-híbridos (MHEV), responderam pelos 22,5% restantes (308 unidades). Entenda as diferenças, conforme explicação de Sugahara:
Veículo híbrido: Tem um motor a combustão, um motor elétrico e uma bateria. Continua sendo um veículo predominantemente a combustão, mas a combinação de tecnologias traz uma média de 30% de redução consumo de combustível e, consequentemente, 30% de redução de emissões de gases como o CO² (gás carbônico);
Veículo híbrido plug-in: Tem um motor a combustão e um motor elétrico, mas a bateria é maior, que permite percorrer de 30 a 170 quilômetros pelo sistema elétrico. Quando a viagem for mais longa, quando a bateria chegar abaixo de 10%, o motor a combustão vai entrar em funcionamento para ajudar a movimentar o carro e recarregar a bateria;
Carro elétrico: Elimina o escapamento e já não tem mais o motor a combustão, eliminando qualquer emissão de gás carbônico. Tem menos componentes e o que determina a autonomia desse carro é o tamanho da bateria. No Brasil, já há modelos com autonomia de 250 a 400 quilômetros.
“Até 2022, de todos os carros eletrificados vendidos, dois terços eram com tecnologia de carros híbridos e um terço eram híbridos plug-ins ou elétricos puros. A partir de 2023, a gente viu uma inversão nisso. A gente viu um crescimento muito grande de veículos híbridos plug-ins e de veículos elétricos, dos plugáveis, aqueles que são recarregáveis na tomada, na energia renovável brasileira”, detalhou o vice-presidente da ABVE.
Mercado de carros elétricos apresenta cenário de expansão
Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi
Comparação de preços 💰
Segundo Sugahara, a diferença de preços dos veículos eletrificados e os que são a combustão tem reduzido ano a ano.
“No início dos anos de 2020, os carros elétricos custavam R$ 200 mil, R$ 250 mil. A partir de 2023, a gente já tem ofertas de carros 100% elétricos a partir de R$ 99 mil. […] Hoje, em média, o carro elétrico está saindo por R$ 150 mil. A gente sabe que não é um preço popular, mas ele é muito próximo do ticket médio. Em 2023, o ticket médio dos carros vendidos no Brasil foi de R$ 140 mil”, compara.
Ele lembra que o carro a combustão mais barato no Brasil hoje está na faixa de R$ 70 mil.
“Então, a diferença que antes era de quase cinco vezes o valor do carro, hoje não passa de pouco mais de R$ 25 mil, R$ 30 mil no máximo”, acrescenta.
Combustível x eletricidade ⛽🔌
O vice-presidente da ABVE também afirma que um veículo elétrico permite reduzir 75% das despesas para locomoção, na comparação entre gasolina e eletricidade.
“Se você tiver, por exemplo, painéis solares instalados em casa, se você já estiver gerando um excedente de energia solar, esse teu custo para rodar com carro elétrico vai ficar ainda mais barato”, observa.
Ele ainda lembra o impacto positivo para o meio ambiente, com a redução ou eliminação de emissão de gases do efeito estufa, que gera o aquecimento global.
“Um carro híbrido ele reduz em média em 30% as emissões de carbono. Um veículo plug-in pode reduzir em 50%, a depender de como a pessoa utiliza. Se ela recarregar frequentemente o carro na tomada, ela pode dirigir 100% do tempo com o módulo elétrico. E os carros elétricos vão zerar as emissões de carbono. Então, você tem ainda o ganho ambiental”, completa.
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