O Ministério Público de Santa Catarina denunciou o cirurgião plástico de Florianópolis acusado de ter causado lesões corporais gravíssimas a uma paciente. Agora, Marcelo Evandro dos Santos é reu na ação penal. A Justiça também aceitou o pedido para afastar o médico das atividades que, conforme publicações recentes no Instagram, seguia exercendo.
A suspensão do exercício médico será pelo período de um ano, mas, conforme o Ministério Público de SC, poderá ser prorrogado caso a instituição solicite a Justiça e o pedido seja deferido.
O que diz a denúncia contra cirurgião plástico de Florianópolis
De acordo com a denúncia, o acusado agiu com dolo eventual – quando o acusado assume risco de que a própria conduta pode causar determinado resultado, mesmo que não tenha intenção direta.
O Ministério Público entende que Marcelo assumiu o risco de produzir o resultado durante os procedimentos cirúrgicos e causou lesões corporais graves e gravíssimas, que resultaram em perigo de vida, já que a paciente em questão precisou passar por uma transfusão de sangue e ficou internada em uma UTI.
O réu é suspeito de ter lesionado outras 12 pacientes. Essas denúncias seguem em investigação.
Na esfera cível, o caso também é acompanhado pela 29ª Promotoria de Justiça da Comarca da Capital, da área do consumidor, que apura se o médico fazia uso de publicidade enganosa.
A decisão ainda é passível de recurso.
Relembre o caso
Em outubro, as denúncias contra o médico começaram a vir a público. No caso que deu origem ao processo, a vítima contou que o Marcelo incentivava as pacientes a realizarem o que chamava de cirurgia “X-Tudo”
“A gente chama isso de X-Tudo, em cirurgia plástica, faz barriga, peito, lipo, tudo no mesmo dia”, disse o médico em um áudio.
A vítima procurou o médico para trocar a prótese de silicone e outros procedimentos foram oferecidos. A cirurgia durou cerca de 12h. Além da internação na UTI, ela teve as mamas necrosadas, movimentos no tronco reduzidos devido a lesões causadas pela cirurgia, além de dano estético que outras vítimas chamam de “mutilações”.
O que diz o médico
Recentemente, em nota à imprensa, o cirurgião plástico de Florianópolis alegou que, antes de cada operação, “todos os exames necessários” são solicitados para prestar “o atendimento mais personalizado e humano possível”.
Ele também citou ser membro de, pelos menos, três sociedades de cirurgiões plásticos, tanto no Brasil quanto no exterior. Assim, ele diz estar “em constante atualização”, bem como “realizando cursos de qualificação e participando de congressos voltados ao conhecimento e aprimoramento do domínio dos procedimentos em cirurgia plástica”.