Reforma, já finalizada, custou cerca de R$ 250 milhões. Edifício levará o nome de Pietro Maria Bardi, primeiro diretor artístico do museu e marido de Lina Bo Bardi, arquiteta do museu. Masp anuncia inauguração de novo prédio para março de 2025
O Museu de Arte de São Paulo (Masp) anunciou a data de abertura do seu novo prédio para março de 2025. O imóvel, de 14 andares, é vizinho do museu na Avenida Paulista e vai aumentar a área de exposição em 66%.
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A reforma do edifício, agora finalizada, custou cerca de R$ 250 milhões. Em 2021, quando foi anunciada, o gasto previsto era de R$ 180 milhões.
Segundo a assessoria do museu, toda a verba foi arrecadada através de doações privadas, sem uso de leis de incentivo.
O espaço tem mais de 8 mil m² e vai auxiliar o museu a expor uma maior parte do seu acervo, que conta com mais de 12 mil obras. Atualmente, pouco mais de 1% é exposto.
O espaço adiciona ao Masp cinco galerias de exposição, espaços multiuso e salas de aula para seminários e oficinas. O projeto inclui também um laboratório de restauro de trabalhos artísticos.
Outra novidade é que haverá conexão subterrânea com o imóvel que é cartão-postal da cidade de São Paulo, sob a Rua Professor Otávio Mendes.
Para a inauguração, ainda faltam ajustes, como mobília e manutenção no ar-condicionado.
Novo prédio do Masp tem inauguração prevista para março de 2025
Reprodução/TV Globo
O novo prédio será batizado de Pietro Maria Bardi, que foi o primeiro diretor artístico do museu e marido de Lina Bo Bardi, arquiteta que projetou o Masp e que agora dá nome ao imóvel principal.
Esperamos poder acomodar um púbico de até dois milhões de pessoas, então esse é o primeiro marco disso.
“E, além disso, nós estamos fazendo uma série de melhorias na experiência do visitante”.
Prédio do Masp que virou o cartão-postal da cidade de São Paulo terá conexão subterrânea com novo edifício
Masp/Divulgação
Planos antigos
O projeto de expansão do museu é de 2005, quando o Edifício Dumont-Adams, no cruzamento com a Alameda Casa Branca, foi vendido para a empresa de telefonia Vivo. O prédio foi construído para uso residencial nos anos 1950, mas foi gradualmente desocupado.
A Vivo pretendia ceder o uso do prédio ao museu com a contrapartida de explorar a publicidade na fachada com um mirante.
O arquiteto Júlio Neves, que foi presidente do Masp de 1995 a 2009, desenvolveu o projeto de ampliação do museu, assinando a reforma da estrutura, e apresentou ao Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp).
O órgão da Prefeitura de São Paulo deu um parecer técnico desfavorável ao projeto, mas as obras tiveram início, até que se depararam em 2013 com a Lei Cidade Limpa, que inviabilizaria definitivamente uma parceria com a Vivo com exploração publicitária.
No ano seguinte, sob a gestão de Alfredo Egydio Setubal, o Masp priorizou resolver os problemas financeiros que possuía e conseguiu um acordo com a Vivo.
Em 2021, quando a expansão foi oficialmente anunciada, o g1 perguntou à Vivo qual foi o acordo. A empresa, então, informou que patrocina o museu.
Projeto mostra vista lateral de como deve ficar o Masp em 2024, com prédio anexo
Masp/Divulgação
Histórico
A história do Masp começou na rua 7 de Abril, Centro da capital, na sede dos Diários Associados, e o acervo foi transferido para a Avenida Paulista em 1968, no prédio projetado por Lina Bo Bardi, reconhecida pelo conjunto de sua obra com o Leão de Ouro Especial na Bienal de Veneza de 2021.
O projeto dela se tornou um cartão-postal da cidade e um símbolo da arquitetura moderna mundial do século 20.
A rainha da Inglaterra, Elizabeth II , durante visita ao Museu de Arte de São Paulo (MASP), no dia da inauguração da nova sede da instituição, na Avenida Paulista, região central de São Paulo, em novembro de 1968
Estadão Conteúdo/Arquivo
1947: Assis Chateaubriand inaugura o primeiro museu do país na sede dos Diários Associados, na Rua 7 de Abril
1950: O acervo é transferido temporariamente para a Fundação Armando Álvares Penteado (Faap)
1958: A construção do Masp, projeto da arquiteta Lina Bo Bardi, é iniciada na Avenida Paulista por uma sede à altura de sua coleção
1968: A nova sede do Masp é inaugurada, o prédio se torna cartão-postal da cidade e o marido de Lina, Pietro Maria Bardi, se torna seu primeiro diretor-artístico
Década de 1990: Júlio Neves reforma o museu, com instalação de reserva técnica e renovação do sistema de ar-condicionado
Década de 2000: O edifício Dumont-Adams, construído nos anos 1950 na Avenida Paulista para uso residencial, é adquirido pelo Masp. O governador João Doria (PSDB) atuou na arrecadação de recursos para o projeto
2010: Começam as obras no edifício para servir como extensão do Masp, com demolição parcial da estrutura original e conclusão de nova estrutura em concreto
2016: O projeto de expansão é retomado, com a solução de questões administrativas e início dos estudos para transformação da estrutura
2019: Começa uma campanha para captação de financiamento do novo edifício e para contratação do projeto executivo.
2025: Previsão de inauguração do Masp expandido.