Preço das frutas sobe muito acima da inflação e incomoda consumidores


Em 12 meses, o preço das frutas, em média, subiu bem mais que a inflação: 16%. Preço das frutas sobe muito acima da inflação e incomoda consumidores
Reprodução/TV Globo
O orçamento das famílias brasileiras tem sofrido um impacto doloroso na hora de comprar frutas.
No mercado popular, a inflação é medida pela variação dos humores.
“Olha isso aqui. R$ 19. Não dá não. Hoje em dia não tá dando para comer fruta”, diz Alessandra de Brito, encarregada de limpeza.
“Mas para quem tem criança em casa e eles falam ‘quero uma banana, quero uma laranja’, você não tem como deixar de comprar. Você não compra uma dúzia, compra meia dúzia”, comenta o empresário Luis Roberto Lopes de Oliveira.
O abacate virou assunto.
“O abacate está um absurdo agora, R$ 25 o quilo. Você compra um abacate é 25 conto. Então você vai comprando a cada 3 dias, vai comprando pouco a pouco para poder sempre estar consumindo, né?”, diz Eri Aquino Lubas, marceneiro.
E a laranja está com preço de produto importado.
“Por mais que às vezes a gente possa comprar, eu não acho justo, então eu não compro”, comenta o vidraceiro Lucimar Araújo.
A lista é grande: tangerina, laranja-lima, laranja-pera, abacate, limão, abacaxi. Em 12 meses, o preço das frutas, em média, subiu bem mais que a inflação: 16%.
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O professor de economia da FGV, Felipe Serigati refresca a nossa memória:
“A principal história é: fatores climáticos. A seca acaba reduzindo a produtividade dos pomares, então, para aquele pomar operar com a sua produtividade potencial, precisa de um determinado teor de umidade no solo, mas não foi somente a seca. A temperatura acima da média também prejudica, ela faz com que o fruto acabe se desenvolvendo de maneira mais rápida, acaba amadurecendo fora do prazo”, afirma Serigati.
A produtividade espremida no Brasil respinga em todo o mundo. E mais ainda no país.
Entra nessa conta também a alta do dólar. Principalmente, no caso da laranja. O Brasil é de longe o maior produtor mundial. E o preço não é formado aqui, mas no mercado internacional em dólar. Como o real perdeu bastante para a moeda americana esse ano, pode acontecer de ser mais pesado pagar pelo suco em São Paulo do que em Nova York.
“Tudo que é precificado em dólar de alguma forma ficou mais caro quando a gente traz esse preço para o real, quando a gente internaliza esse preço aqui dentro do Brasil”, complementa o professor da FGV.
No mercado popular, o pessoal entende, mas daí a aceitar…
“Se a gente planta aqui, colhe aqui, então, para a gente, tinha que ser mais barato do que em qualquer lugar do mundo, né?”, questiona o vidraceiro Lucimar Araújo.

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