Você já ouviu falar no efeito Dunning-Kruger? Esse viés cognitivo faz com que pessoas com pouco conhecimento sobre um tema superestimem sua compreensão e habilidades.
Também conhecido como “atrevimento da ignorância”, o fenômeno ocorre porque indivíduos com pouca experiência não conseguem reconhecer suas próprias limitações.
Embora possa parecer inofensivo, o efeito Dunning-Kruger representa um grande risco em situações de crise, como pandemias ou desastres naturais. Nessas circunstâncias, o viés se torna mais evidente, alimentando a desinformação e promovendo debates superficiais.
Quando que o efeito Dunning-Kruger acontece?
Em momentos de incerteza, é comum que muitas pessoas compartilhem opiniões sobre temas complexos, como saúde pública ou mudanças climáticas, mesmo sem uma base científica sólida.
Esse comportamento, popularmente conhecido como “efeito cunhado” nas redes sociais, contribui para reforçar ideias equivocadas e disseminar informações falsas.
Segundo o médico Guillermo Martín, o fenômeno também pode afetar especialistas, mas de forma oposta. Por terem um conhecimento aprofundado, eles tendem a subestimar sua própria capacidade, enquanto indivíduos menos informados apresentam respostas simplistas, mas carregadas de confiança.
Quando o efeito Dunning-Kruger se torna perigoso?
Um dos sinais mais preocupantes do efeito Dunning-Kruger é quando um indivíduo acredita que opiniões têm o mesmo peso que conhecimentos baseados em estudos e evidências científicas, de acordo com um estudo da USP (Universidade de São Paulo).
Em áreas como saúde e ciência, essa percepção pode resultar em conselhos equivocados com consequências graves. Movimentos negacionistas, como os que rejeitam vacinas ou negam as mudanças climáticas, são exemplos claros desse risco, ao propagarem explicações desinformadas que colocam a sociedade em perigo.
Mas como cair evitar cair no efeito?
É importante reconhecer as próprias limitações. Para evitar o efeito Dunning-Kruger:
- Busque fontes confiáveis: opiniões baseadas em evidências são mais valiosas do que achismos;
- Questione suas certezas: reflita antes de opinar sobre temas complexos;
- Valorize o aprendizado contínuo: a dúvida não é fraqueza, mas um sinal de inteligência.
Uma pergunta simples pode ser um divisor de águas: “Tenho informações suficientes para sustentar essa afirmação?” Essa prática não apenas melhora o diálogo, mas também reduz a desinformação, criando debates mais responsáveis e construtivos.