Protestos aconteceram por conta da morte de um jovem. PM afirma que houve um confronto a tiros na comunidade. Moradores bloquearam ruas do Colinas do Sul após morte de jovem
Reprodução/TV Cabo Branco
Seis pessoas foram presas nesta sexta-feira (15) com material inflamável após um protesto no bairro Colinas do Sul, em João Pessoa. Segundo moradores, as manifestações iniciaram após o corpo de um jovem de 20 anos ter sido encontrado durante a manhã em uma área de granja. A população também reclamou de abordagens violentas durante a ação policial.
Os moradores da Comunidade Maria de Nazaré, que é localizada no bairro Colinas do Sul, denunciaram que na noite desta quinta-feira (14) e madrugada desta sexta-feira (15), houve um confronto entre a Polícia Militar e suspeitos, o que teria resultado na morte do morador.
Moradores do Colinas do Sul protestam após morte de jovem
De acordo com a Polícia Militar, as equipes foram chamadas por causa de “evento com disparos de armas de fogo na região”. O coronel Otávio Ferreira, comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar, afirmou à TV Cabo Branco que, ao chegar ao local, os policiais foram recebidos a tiros e revidaram. Em seguida, realizaram rondas na região, mas não localizaram ninguém. Segundo ele, a área é de mata, o que dificultou o avanço no terreno.
Na manhã desta sexta-feira, ainda de acordo com o Coronel Ferreira, a equipe policial recebeu a informação do corpo encontrado. Segundo ele, ainda não se pode afirmar quem matou o jovem porque a população teria violado o local do crime e retirado o corpo, o que dificultou o trabalho da perícia.
O jovem morto é Erick de Andrade Xavier. Ele era investigado por tráfico de drogas e porte ilegal de armaa.
Enquanto a polícia desfazia um foco do protesto, outros eram criados dentro do bairro e nos arredores, principalmente em vias de muita movimentação. Várias ruas tiveram bloqueios com pneus queimados e moradores do Condomínio Vista Alegre foram revistados.
Os moradores denunciaram abordagens violentas das polícia durante o controle dos protestos. “[Meu filho] foi olhar a operação, só por curiosidade. Quando ele foi olhar, o policial chamou ele de vagabundo e quebrou o celular dele na parede. Ele não tem envolvimento com nada, pode puxar a ficha dele. Rodei com esse menino por toda parte pra ele arrumar um emprego de aprendiz e não consegui. Aí ele faz um curso de barbeiro, começa a trabalhar decentemente e sofre uma situação dessas. Eu quero justiça, que isso não se faz, não. A gente tem que ter medo da polícia agora, é?”, afirmou uma moradora.
“Chega polícia na comunidade atirando, não quer saber de criança, que tem gente grávida. Então, assim, a gente precisa de segurança, que eles cheguem nos cantos respeitando, pelo menos, a população”, disse outra moradora do bairro.
Na Perimetral Sul, quatro jovens foram presos, sendo que um deles usava tornozeleira eletrônica. A Polícia Militar encontrou dentro de um carro materiais que seriam usados para criar novos bloqueios, além de munição de calibre 12.
De acordo com o coronel Ferreira, os próximos passos serão aguardar a conclusão das investigações da Polícia Civil ou algum procedimento investigatório interno.
Em nota, a Polícia Militar afirmou que tem reforçado a segurança na região para ‘garantir o direito de ir e vir dos moradores’. Também informou que não recebeu denúncia oficial sobre danos materiais registrados durante as ações policiais.
A Polícia Civil irá investigar as causas da morte do morador do bairro.
Manifestantes fecham ruas contra a morte de um jovem no Colinas do Sul
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