Brasília: perícia descarta novos explosivos após atentado no STF

Policiais periciando o corpo de Francisco Wanderley Luiz, de 59 anosFabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Investigadores que acompanham o caso do atentado ao Supremo Tribunal Federal (STF) informaram que não há indícios de que Francisco Wanderley Luiz, autor do ataque, tenha espalhado outros explosivos por Brasília. 

Durante o dia, equipes da Polícia Federal (PF) e do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) da Polícia Militar do Distrito Federal realizaram varreduras em vários pontos da capital do Brasil, incluindo prédios públicos, para garantir a segurança.

Segundo as investigações, Wanderley Luiz tinha ao menos oito artefatos explosivos. Quatro deles estavam em sua posse quando se aproximou do STF. As bombas, de fabricação caseira, eram feitas com canos de PVC, pregos e parafusos, detalharam os investigadores.

Para a equipe de segurança do STF, o plano de Wanderley Luiz era entrar no prédio e possivelmente detonar os explosivos. No entanto, ele foi contido pela Polícia Judicial antes de conseguir acesso ao interior do tribunal. No momento da abordagem, ele teria ameaçado o policial, gritando: “Sai daqui, senão te explodo junto”.

Monitoramento de ameaças

Antes do atentado, Wanderley Luiz não estava sendo monitorado pelo STF, pela Polícia Federal ou pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), apesar de suas postagens radicais nas redes sociais. 

A Suprema Corte possui um sistema de monitoramento que abrange mais de 5 mil alvos, levando em conta aspectos como o poder econômico e as conexões das pessoas monitoradas.

Após o atentado, ao menos oito e-mails de apoio à ação de Wanderley Luiz foram enviados ao STF, originados de uma plataforma suíça que garante o anonimato dos remetentes. Esses e-mails estão sob análise dos investigadores. Desde os ataques de 8 de janeiro de 2023, quando sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas, o Supremo recebe cerca de três ameaças diárias, enviadas de diversas formas.

As ameaças têm se intensificado, incluindo mensagens que parecem monitorar os passos de ministros e de seus familiares, tentativas de mobilização de grupos para ações contra o STF, venda de dados pessoais dos ministros na dark web e ameaças que envolvem violência sexual. Também foram recebidos e-mails com fotos de crianças, elevando a preocupação das autoridades.

Uma pessoa foi presa em Jundiaí, no interior de São Paulo, após ameaçar o STF por e-mail. Na mensagem, eles apoiavam o bombardeio e fizeram ataques contra a democracia.

Conexões com atos de 8 de Janeiro

Nas análises iniciais, os investigadores não encontraram conexões entre Wanderley Luiz e os atos golpistas de 8 de janeiro. No entanto, exames em itens apreendidos, como o celular do autor, continuam em andamento e poderão revelar eventuais vínculos com os ataques anteriores.

As autoridades seguem investigando o caso para entender se o ato foi uma ação isolada ou parte de uma rede maior de ameaças.

O ataque

Duas explosões fortes atingiram a área externa da Praça dos Três Poderes, em Brasília, nesta quarta-feira (13). Uma pessoa morreu.

Segundo informações da CNN, uma das explosões seria de um carro que estava próximo ao anexo IV na Câmara dos Deputados, enquanto a outra foi próxima ao Supremo Tribunal Federal (STF).

A primeira explosão ocorreu por volta de 19h30 de quarta-feira, no porta-malas do carro de Francisco, que estava estacionado no Anexo IV da Câmara dos Deputados.

Em seguida, o agressor lançou artefatos contra a estátua da Justiça, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). Depois, segundo o relato de testemunhas, deitou-se no chão e acionou uma bomba na nuca.

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