Um executivo foi flagrado pelas câmeras da própria residência chutando, esganando e agredindo a ex-esposa em frente à filha de três anos do casal. Segundo informações do Metrópoles, Erwin Goering Junior, de 52 anos, mantinha a mulher de 47 anos sob vigilância e ameaças constantes, e foi proibido pela Justiça de se aproximar dela após o flagrante de violência doméstica.
Segundo o depoimento da vítima à polícia, os 17 anos de casamento com o executivo foram marcados por episódios de violência física e verbal, inclusive enquanto ela estava grávida.
O advogado da vítima, Reinalds Klemps, disse ao Metrópoles que ela relatou ser monitorada o dia todo pelo marido, por meio das câmeras. Ela disse que precisava pedir autorização para se deslocar, independentemente do lugar para onde iria.
Ocorrência
Cinco dias após a violência flagrada pelas câmeras (veja descrição da cena abaixo), ela decidiu registrar uma ocorrência contra o executivo, por meio da Delegacia da Mulher Online. Segundo o Metrópoles, ela diz que foi expulsa do apartamento ao lado da mãe, que também morava no local.
Este não foi o primeiro boletim de ocorrência que a médica registrou contra Erwin. Em janeiro, ela denunciou o marido por agressão – mas não pediu a medida protetiva por medo de ser rejeitada pelos filhos adolescentes, que têm 14 e 17 anos.
Após o segundo episódio de violência, ela pediu a medida protetiva para si e para a mãe.
“Desejo a medida protetiva para mim e minha mãe, pois ela também foi ameaçada e quero voltar para casa para cuidar dos meus filhos. Principalmente da minha filha de 3 anos. Reforço que estou há alguns anos sofrendo todo tipo de violência verbal, patrimonial, alienação parental e, dessa vez, fui agredida fisicamente, chutada e enforcada”, diz trecho do relato.
A Justiça acatou o pedido da vítima e determinou, no dia 1º de julho, que o diretor mantenha distância da agora ex-mulher, de no mínimo 300 metros. Além disso, ele teve que sair do apartamento onde ocorreram as agressões.
A juíza Ana Paula Gomes Galvão Vieira de Moraes destacou em sua decisão que as provas incluídas pela vítima no processo “demonstram as agressões físicas e lesões provocadas”, acrescentando que “os fatos narrados são graves”.
O que diz a defesa de Erwin
Em nota, a defesa afirma que o executivo ainda vai prestar esclarecimentos “necessários à elucidação dos fatos e comprovação de sua inocência” à Polícia Civil.
Os advogados Rinaldo Pagnatari Lagonegro Júnior e Douglas Lima Goulart ressaltam o fato das investigações estarem em fase inicial , e que Erwin figura como “vítima de agressões” da médica em outro “procedimento criminal”.
O que acontece no vídeo
Atenção: as descrições a seguir podem ser perturbadoras para algumas pessoas. Para denúncias de violência doméstica, ligue 180.
No vídeo, registrado em 24 de junho de 2024, Erwin, a vítima e a criança aparecem na cozinha do apartamento onde moravam, em Campo Belo, zona sul de São Paulo. Eles começam a discutir e o homem chega a dizer, mostrando o braço, que ela havia o agredido. Exaltado, ele insinua que foi traído pela esposa e nega ter sido infiel com ela.
“Pega suas coisas e vai embora, para de tomar o meu dinheiro, não fica aqui por interesse. Metade disso é seu. Pega essa sua metade e enfia no meio do c***. Sai da minha vida, desgraçada”.
Diante da violência verbal, a mulher também se exalta e chama Erwin de ‘filhinho’. Ele aponta o dedo para a vítima e diz para ela “falar direito” com ele, senão iria “tomar porrada no meio da sua cara”.
A mulher levanta a voz e ele rapidamente a agarra pelo pescoço, com as duas mãos, dizendo “não grita comigo”. Em seguida, ele a joga no chão e a chuta.
A vítima se levanta e Erwin a desafia a gritar de novo. Quando a mulher inicia uma fala, para chamá-lo novamente de filhinho, ela é bruscamente interrompida, com mais um enforcamento, seguido de um forte chute. Ela permanece no chão. A discussão segue por alguns minutos, até que o vídeo termina.
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