Imóveis irregulares: ex-servidor facilitava documentos na Prefeitura de Florianópolis,

Um servidor da Prefeitura de Florianópolis é suspeito de participação na revenda de imóveis irregulares, no Norte da Ilha. Ele foi exonerado pelo executivo municipal depois que a Polícia Civil desvendou o esquema.

A operação Acapulco, desencadeada nessa terça-feira (13), prendeu o o empresário apontado como responsável pelo loteamento clandestino. A ofensiva também cumpriu 12 ordens judiciais, entre mandados de busca e apreensão, e bloqueios de bens e valores.

Polícia Civil prende responsável por loteamento com imóveis irregulares no bairro Rio Vermelho, em Florianópolis

Polícia Civil prende responsável por loteamento irregular no bairro Rio Vermelho, em Florianópolis – Foto: PCSC/ Divulgação/ ND

Apuração do ND Mais aponta que o então servidor, identificado como Osvaldir Darci Magalhães, é investigado por corrupção passiva e ativa, relacionada ao empreendimento ilegal.

Servidor municipal estaria envolvido com imóveis irregulares

Osvaldir era servidor da Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano e estava lotado como Gerente Administrativo Financeiro do IGEOF (Instituto de Geração de Oportunidades de Florianópolis). A remuneração no cargo era de R$ 6.536,16.

Informações obtidas, com exclusividade, pela reportagem apontam que o investigado ia para a prefeitura diariamente, mas ele sequer tinha uma sala para trabalhar. Por este motivo, ainda não se sabe qual era a função exata que ele desenvolvia na pasta. O servidor foi alvo de busca e apreensão na residência e também na sede do poder municipal.

A Polícia Civil chegou até Osvaldir depois que ele recebeu transferências bancárias do empresário responsável pelos imóveis irregulares. A investigação acredita que os valores poderiam ser uma espécie de remuneração por facilitar o trâmite de processos habitacionais sem fiscalização.

A reportagem questionou à Prefeitura de Florianópolis quais eram as atribuições de Osvaldir enquanto servidor, mas não recebeu retorno até a publicação desta matéria.

Prefeitura exonera servidor investigado em esquema de comercialização de imóveis irregulares – Foto: PMF/ Reprodução/ ND

Esquema revendia imóveis irregulares em Florianópolis

As investigações da Polícia Civil começaram em 2020, quando foi descoberto um loteamento de imóveis irregulares, no bairro Rio Vermelho, no Norte de Florianópolis.

A reportagem apurou que o homem, preso na terça-feira, é Gilvã Guimarães da Silva, corretor de imóveis e empresário do ramo imobiliário. Gilvã era o responsável por parcelar os terrenos irregularmente, construir e revender as residências.

O condomínio Acapulco — que originou o nome da operação — possui casas de classe média-alta, algumas delas alugadas. Apenas um terreno, posto à venda no local, custa cerca de R$ 350 mil. Segundo a investigação, 231 residências foram construídas, irregularmente, a mando dele. A PCSC solicitou  o bloqueio do registro de transferência dos imóveis.

Gilvã foi preso, preventivamente, por crime de parcelamento irregular do solo, associação criminosa e lavagem de dinheiro. A reportagem tenta contato com a defesa dos citados e permanece aberta à manifestação.

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