Felipe Morais, a esposa e o filho embarcaram no avião PS-VPB no voo anterior ao da queda, em Vinhedo (SP). Passageiro alega que se não tivesse percebido a tempo, estaria no mesmo voo que caiu no interior de São Paulo. Passageiro relata ter entrado por engano em avião que caiu em SP
Um passageiro afirma ter entrado com a família por engano no avião turboélice de prefixo PS-VPB um voo antes da aeronave cair, na última sexta-feira (9), em Vinhedo (SP), e matar 62 pessoas. A afirmação foi feita pelo morador de Chapadão do Sul (MS) Fernando Morais, em um vídeo publicado nas redes sociais. Assista um trecho do relato acima.
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Fernando confirmou ao g1 a história compartilhada nas redes sociais. As informações foram checadas através dos cartões de embarque do sul-mato-grossense e dos vouchers de passagens da família.
O início do susto se deu na sala de embarque do Aeroporto Internacional de Guarulhos. Fernando relatou que no portão 204, eram operados ao mesmo tempo, dois voos: um para Cascavel (PR) – no avião que caiu em São Paulo – e outro para Rio Verde (GO) – o que o passageiro deveria ter embarcado desde o início.
“Tudo aconteceu em Guarulhos. O avião do acidente ia com destino à Cascavel, depois iria retornar para São Paulo. É a mesma aeronave para fazer um bate e volta. Se eu tivesse continuado no avião, teria que voltar para São Paulo e estaria no voo que caiu”, explica o passageiro.
Passageiro publicou vídeo nas redes sociais.
Felipe Morais/Arquivo Pessoal
Fernando comenta que houve um erro de comunicação da Voepass durante a chamada dos passageiros para os embarques para Cascavel e Rio Verde, que eram operados no mesmo portão. O passageiro afirma que o sistema de conferência de check-in estava fora do ar, o que teria provocado a confusão e troca de aeronaves. “Ela não pediu o meu documento e, eu até ofereci um documento para ela, sabe?”.
Na aeronave, Felipe, a esposa e o filho foram para os assentos indicados no ticket de embarque. A família ficou sentada por cerca de 20 minutos, quando foram alertados pelas comissárias de voo de que estavam na aeronave errada.
“Tinham outras pessoas que estavam no avião errado. Em seguida, deu um rolo de duplicidade de assento e falaram para os outros passageiros sentarem nas poltronas vazias enquanto esperávamos. Aliás, atrás de mim, tinha dois rapazes sentados, mas a comissária falou para eles que os bancos estavam inoperantes”, relembra Morais.
Comprovante da passagem, operada pela VoePass.
Felipe Morais/Arquivo Pessoal
Durante a espera, o passageiro relata que as comissárias Rubia Silva de Lima e Débora Soper Avila estavam na aeronave atendendo. Felipe lembrou das duas após ver a lista e as fotos das pessoas que morreram no voo 2283.
“Eu não consigo esquecer o rosto delas. Nós conversamos com as comissárias. A gente está num estado de tristeza agora, porque imagina que você tá em um avião de manhã e as pessoas conversam contigo, super educados, brincam, dão risada e chega de tarde, você sabe que aquele avião caiu daquela forma”, relembra Felipe sobre o contato que teve com as comissárias..
As comissárias perceberam o erro de embarque antes da decolagem e conseguiram um transporte para encaminhar os passageiros de Rio Verde para a aeronave correta, segundo Felipe.
O voo para Rio Verde era para ter decolado às 8h45. Porém, só decolou apenas às 9h14 e chegou com 23 minutos de atraso, de acordo com as informações do site Flight Aware;
Já o voo para Cascavel, estava programado para 8h36 e decolou apenas 9h06, com chegada às 11h16.
Em nota, a Voepass disse que “não comentará sobre passageiros de outros voos”.
Morais falou que antes de entrar na aeronave correta, mandou uma foto do avião para um amigo, que achava que a família sofreu o acidente. “Me ligaram desesperados, mesmo sabendo que eu iria para outro destino, mas ficaram assustados porque já sabiam das informações e de qual companhia eu estava”, falou Morais.
“Chegamos a Rio Verde, fomos almoçar e um amigo foi nos buscar. Chegamos em casa no fim da tarde. Quando liguei o celular, havia várias mensagens, e descobri sobre o acidente”, relembra Morais.
Acidente chocou o Brasil
Avião que caiu em Vinhedo, SP, ficou destruído
Arquivo pessoal
Um avião com 58 passageiros e quatro tripulantes, totalizando 62 pessoas a bordo, caiu em um condomínio no bairro Capela, em Vinhedo (SP), no dia 9 de agosto. Não houve sobreviventes.
A companhia aérea divulgou uma lista com os nomes das pessoas que estavam no avião. É o acidente aéreo com o maior número de vítimas desde a tragédia da TAM, em 2007 no Aeroporto de Congonhas, quando houve 199 mortos.
Prefeitura de Vinhedo diz que não há sobreviventes na queda de avião
De acordo com a Voepass Linhas Aéreas, antiga Passaredo, companhia aérea dona da aeronave, as vítimas estavam em um avião turboélice de passageiros, modelo ATR-72, que saiu de Cascavel (PR) às 11h58 com destino a Guarulhos (SP).
A Polícia Federal (PF) instaurou inquérito para investigar o acidente. Um “gabinete de crise” foi montado pela corporação na casa de um morador dentro do condomínio onde houve a tragédia.
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