

Ninguém sorria nas fotos antigas – Foto: Domínio público/ND
Nas redes sociais, sorrir virou quase uma obrigação, um gesto ensaiado, polido por filtros e poses bem calculadas. No entanto, houve uma época em que posar para a câmera era uma coisa séria e sorrir, um ato praticamente proibido.
No século XIX, tirar uma foto exigia tempo, dinheiro e paciência. Os primeiros registros levavam minutos, até horas, para ficarem prontos.
Posar para as fotos era tortura
A imagem mais antiga de que se tem notícia, feita por Nicéphore Niépce em 1826, precisou de oito horas de exposição. A fotografia era uma arte difícil, reservada a uma pequena parcela da população europeia.

“Vista da Janela em Le Gras”, feita por Nicéphore Niépce em 1826 – Foto: Domínio público/ND
Com uma nova tecnologia inventada por Louis Daguerre, em 1839, fotografar pessoas se tornou possível, mas igualmente complicado.
A exposição ainda era longa: os modelos precisavam ficar vinte minutos parado, sem mover um músculo. Crianças chegavam a ser amarradas para evitar borrões.
As fotos antigas era assunto sério
Só nos anos 1840 o processo ficou mais rápido e passou a levar cerca de 20 segundos. Mesmo assim, sorrir ainda não parecia uma opção.
O custo dos equipamentos e dos produtos químicos tóxicos usados para revelar as imagens tornava cada clique valioso, desperdiça-los estava fora de questão.

Pessoas posando nas fotos antigas só foi possível a partir de 1840 – Foto: Domínio público/ND
As fotos eram feitas, em geral, por profissionais com estúdios próprios ou que viajavam com todo o aparato nas costas. Retratos familiares eram preciosidades.
Não era tristeza o que se via nos rostos sérios das fotos antigas.
Era a concentração de quem precisava ficar imóvel por longos segundos e, também, o peso simbólico de registrar um momento raro. Sorrir não combinava com isso.
Apenas com o avanço tecnológico e a popularização das máquinas fotográficas feita pela Kodak anos mais tarde, poses mais espontâneas começaram a surgir e, com elas, os sorrisos.