

O que é e como funciona o Fundo Garantidor de Crédito: segurança para quem investe – Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Vivemos em um mundo com um cenário econômico dinâmico. A segurança dos investimentos é uma preocupação para poupadores e investidores. É nesse contexto que o FGC entra. Mas, afinal, o que é e como funciona o Fundo Garantidor de Crédito?
O que é e como funciona o Fundo Garantidor de Crédito?
O Fundo Garantidor de Créditos é uma entidade privada, sem fins lucrativos, criada em 1995 com o objetivo de proteger os depositantes e investidores em caso de falência ou intervenção de instituições financeiras associadas. Pense nele como um seguro coletivo para o seu dinheiro aplicado em determinados produtos bancários.
A criação foi um marco para fortalecer a confiança no sistema financeiro nacional. Ao garantir um limite de recursos depositados ou investidos, o FGC incentiva a manutenção dos recursos no sistema, contribuindo para a estabilidade.
O FGC opera através de um sistema de contribuições mensais realizadas pelas instituições financeiras associadas, que incluem bancos múltiplos, bancos comerciais, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, e associações de poupança e empréstimo.

O que é e como funciona o Fundo Garantidor de Crédito – Foto: Pixabay/Reprodução/ND
Essas contribuições formam uma robusta reserva financeira, pronta para ser acionada em situações de crise.
Quando o Bacen (Banco Central do Brasil) decreta a intervenção ou liquidação extrajudicial de uma instituição financeira membro, o FGC entra em ação. Ele utiliza a reserva acumulada para ressarcir os clientes que possuem investimentos cobertos, dentro dos limites estabelecidos.
Como funciona a garantia para investimentos e contas bancárias?
Para contas bancárias
A garantia do FGC abrange diversos tipos de depósitos à vista, a prazo e de poupança mantidos em bancos múltiplos, bancos comerciais, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento e associações de poupança e empréstimo associadas.
Atualmente, o valor máximo garantido por CPF e por instituição financeira é de R$ 250 mil. Isso significa que, se você possui diferentes contas ou aplicações na mesma instituição, a garantia total para o seu CPF naquela instituição é limitada a esse valor.
Para investimentos
A proteção do FGC também se estende a alguns tipos de investimentos de renda fixa, como:
- Certificados de Depósito Bancário (CDBs): Títulos emitidos por bancos para captar recursos.
- Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e do Agronegócio (LCAs): Títulos lastreados em créditos imobiliários e do agronegócio, respectivamente.
- Letras de Câmbio (LCs): Títulos de crédito emitidos por sociedades de crédito, financiamento e investimento.
- Depósitos a Prazo com Garantia Especial (DPGE): Modalidade de depósito a prazo com garantia especial do FGC, com limites específicos.
No entanto, nem todos os investimentos são cobertos pelo FGC. Ações, fundos de investimento (com exceção de alguns tipos específicos), títulos públicos e outros produtos de maior risco geralmente não contam com essa proteção.
Como a garantia é acionada
Caso uma instituição financeira associada ao FGC seja submetida a intervenção ou liquidação extrajudicial, o Bacen decreta a indisponibilidade dos depósitos e investimentos cobertos. A partir desse momento, o Fundo Garantidor de Crédito inicia o processo de pagamento aos credores elegíveis.
Geralmente, o FGC divulga um cronograma e os procedimentos necessários para que os clientes da instituição afetada possam solicitar o pagamento da garantia. Esse processo busca ser o mais ágil possível, visando minimizar o impacto financeiro para os depositantes e investidores.
Importância da garantia
A existência do FGC é fundamental para a estabilidade do sistema financeiro, pois contribui para aumentar a confiança dos depositantes e investidores nas instituições. Ao saber que seus recursos estão protegidos até um determinado limite, as pessoas se sentem mais seguras para manter o dinheiro em bancos e investir em produtos garantidos.
Exemplo de aplicação do FGC em casos de falência de bancos
Agora que você já sabe o que é e como funciona o Fundo Garantidor de Crédito, vamos para um exemplo prático. A recente intervenção e liquidação extrajudicial do Banco X reacendeu o debate sobre a segurança dos depósitos e investimentos no sistema financeiro.
Há alguns anos, o Banco Alfa enfrentou graves problemas de gestão e solidez financeira, culminando em uma intervenção do Banco Central e, posteriormente, na liquidação extrajudicial. Milhares de clientes, tanto pessoas físicas quanto jurídicas, ficaram apreensivos com o destino de seus depósitos e investimentos na instituição.
A atuação do FGC
Diante da decretação da liquidação do Banco Alfa, o FGC iniciou o processo de pagamento das garantias. Seguindo os limites estabelecidos na época (que eram inferiores aos atuais R$ 250 mil), o FGC convocou os clientes do Banco Alfa que possuíam depósitos à vista, a prazo, de poupança e alguns investimentos de renda fixa cobertos pela garantia.

Banco Alfa decretou a liquidação e o FGC realizou o processo de pagamento das garantias – Foto: Sindicato das Seguradoras/Reprodução/ND
Em um cenário onde imprevistos podem ocorrer, o que é e como funciona o Fundo Garantidor de Crédito se torna um pilar de estabilidade e confiança no sistema financeiro brasileiro. Mesmo sem cobrir todos os casos, ele oferece um escudo financeiro em momentos de adversidade, como a falência de uma instituição bancária.
O exemplo do Banco Alfa demonstra, na prática, como essa garantia pode fazer a diferença na vida dos clientes afetados. Assim explica o que é e como funciona o Fundo Garantidor de Crédito.