Ao g1, Nunes nega elo com ‘Máfia das creches’, diz ter relatório da Controladoria sobre ligação do PCC nas empresas de ônibus e que será o prefeito que mais cumpriu metas


Candidato à reeleição pelo MDB, Ricardo Nunes foi o último a participar da série de entrevistas do g1 com os candidatos à Prefeitura de São Paulo, conduzida por Natuza Nery. Ricardo Nunes
Reprodução
Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo e candidato à reeleição pelo MDB, negou nesta segunda-feira (12) envolvimento com a “Máfia das creches”, revelou já ter recebido o relatório da Controladoria do Município sobre a atuação de empresas investigadas por suspeita de ligação com o PCC, e disse acreditar que será o prefeito que mais cumpriu o Plano de Metas da cidade.
Nunes foi o último entrevistado na série do g1 com os candidatos à Prefeitura de São Paulo. As entrevistas são realizadas ao vivo, às 13h30, com transmissão no site, no YouTube e no TikTok.
Inquérito da PF sobre ‘máfia das creches’
Durante a entrevista, Nunes comentou sobre a investigação da PF, conhecida como “Máfia das Creches”, que investiga desde 2021 o desvio de parte da verba federal repassada à prefeitura para atender crianças de até 3 anos.
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No início do mês, 116 pessoas foram indiciadas. O inquérito também apura se Ricardo Nunes (MDB), que era vereador à época, tem envolvimento no esquema criminoso.
A investigação identificou uma remessa de R$ 31,5 MIL para a conta do prefeito e para a empresa Nikkey Serviços, que pertence à família de Nunes.
O prefeito se limitou a negar as acuações e afirmou que tal assunto está sendo usado para criar narrativas negativas.
“Não existe indiciamento meu, não existe acusação contra mim, a minha vida é limpa, integra e continuará sendo, porque o que eu tenho de maior orgulho na minha vida é a minha história, minha posição de sempre ter sido uma pessoa correta, de combate à corrupção, íntegro e que eu vivo do meu trabalho.”
Ricardo Nunes (MDB) responde pergunta sobre máfia das creches
Plano de Metas
A versão inicial do programa foi apresentada por Bruno Covas (PSDB) em março de 2021, mas sofreu alterações depois de passar por consulta popular em audiências públicas. Ricardo Nunes assumiu a prefeitura no dia 16 de maio daquele mesmo ano, após a morte de Covas em decorrência de um câncer.
“Nós já estamos cumprindo mais do que a gente tinha planejado, até porque no decorrer desse tempo nós conseguimos trazer a cidade pra um patamar de investimento nunca tido na história.”
Empresas de ônibus investigadas por elo com o PCC
Ao podcast, Nunes revelou, sem dar detalhes, que já recebeu o relatório da Controladoria do Município sobre a atuação de empresas de ônibus alvo de investigação pelo Ministério Público (MP) por suspeita de ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
“Eu já tenho. O Ministério Público não fez o indiciamento das pessoas. Tá fazendo pari passu, porque a Prefeitura, olha que importante, nós somos assistentes de acusação. Nós, Prefeitura, a meu pedido, somos assistentes de acusação nesse caso.”
“Se tiver 0,01 de errado nesse processo que eu tenha poder de fazer cancelamento de contrato, eu vou fazer não é no dia seguinte, é na mesma hora. Agora, precisa ter a condenação, o que existe até agora nesse presente momento é uma suspeita, suspeita muito robusta, mas ainda é suspeita. Quando tiver a conclusão e definição, não tenha dúvida nenhuma que a gente vai fazer.”
Ele também afirmou que visitou a sede da UPBus, uma das investigadas, por “pensar no passageiro”. Em vídeo feito à época da operação do MP e divulgado pela Prefeitura, Nunes aparece no local parabenizando a empresa pelos serviços prestados.
“Eu não fui só na UpBus, eu fui na Transwolff. Eu fui para dizer para os funcionários ‘nós não podemos parar’. Essas duas empresas são mais de 1500 ônibus transportam mais de 700 mil passageiros por dia, era muito importante que eu como prefeito garantisse a continuidade do trabalho com a intervenção e garantisse a continuidade do atendimento para o passageiro. Tem gente que não tem ideia que é você não ter uma linha de ônibus funcionando o transtorno que as pessoas passam. Eu como já peguei muito ônibus eu sei como é. A minha ida a UpBus deveria ser vista como algo positivo, agora os oposicionistas me acusando.”
Dengue
Na área da saúde, Nunes comparou o número de mortos na capital ao contabilizado no país como argumento da efetividade das ações de sua gestão do combate à doença.
A capital entrou em estado de atenção este ano por conta da explosão de casos. Foram mais de 600 mil casos e 327 mortes.
Ele admitiu que sua gestão poderia ter feito mais, mas acredita que o trabalho feito “trouxe algum resultado”.
Ricardo Nunes (MDB) responde pergunta sobre epidemia da dengue
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Quem é Ricardo Nunes
Filiado ao MDB desde os 18 anos, Nunes foi eleito parlamentar em SP pela primeira vez em 2012, com cerca de 30 mil votos. Em 2016, foi reeleito com 55 mil votos. Ele é casado e tem três filhos.
Nos dois mandatos, Ricardo Nunes aprovou 58 leis, sendo 41 com outros vereadores e 17 de autoria própria. Apenas quatro não eram de datas comemorativas ou nomes de ruas.
Na Câmara, foi relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias e do Orçamento por seis anos, e atuou em várias Comissões Processantes. Católico, foi ainda membro da Bancada Religiosa, com forte atuação contra a ideologia de gênero.
Nunes tentou ser deputado federal em 2018, mas obteve apenas 47.258 votos e não conseguiu ser eleito.
No pleito seguinte, 2020, foi escolhido por Bruno Covas (PSDB) como vice de chapa. Com a morte do tucano em maio de 2021, tornou-se prefeito da capital paulista.
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