Fruticultura do Vale do São Francisco pode gerar créditos de carbono no futuro


Processo de fotossíntese da árvore reduz impacto ambiental da cultura Expo Manga reuniu produtores e fornecedores de tecnologia para discutir estratégias que garantam a sustentabilidade da cultura no Vale do São Francisco
Aline Oliveira/Vereda Comunica
Ampliar o faturamento através da presença no mercado regular de crédito de carbono foi uma das oportunidades apresentada aos produtores de manga durante a Expo Manga, realizada em Petrolina nos dias 25 e 26 de julho. Isso vai se tornar viável porque o Brasil está na área de estudos para operação futura neste mercado. A Seiva do Vale foi parceira da realização do evento.
O volume de carbono na atmosfera é um dos índices de poluição mais tradicionais e reduzir este índice tem impacto direto na qualidade de vida da humanidade. Por isso, há uma preocupação em reduzir ao máximo a concentração de carbono no ar. E o processo de fotossíntese é um caminho natural para isso.
Fotossíntese capta carbono no ar
O Brasil tem emissão alta de carbono, mas também tem muita captação e a mangueira é uma árvore que contribui bastante com esse processo. Cerca de 5% do estoque de carbono do mundo é brasileiro, para se ter uma ideia. E a agricultura é responsável por 27% das emissões de carbono no país.
Mesmo que a fruticultura como um todo tenha impacto de emissão, o que as árvores captam através da fotossíntese reduz o dano, atuando na neutralização destas emissões. Com o uso de equipamentos e materiais mais eficientes, há a possibilidade da cultura da manga capturar mais carbono do que emitir, o que é chamado no mercado de carbono negativo.
Porte das mangueiras ajuda a capturar carbono durante o processo de fotossíntese, reduzindo a pegada de carbono da produção
Acervo/Seiva do Vale
Saldo tem valor econômico
Acontece que quem tem carbono negativo na sua cultura pode vender esse saldo, o chamado crédito de carbono. Grandes empresas poluentes pagam por esse saldo. Em alguns mercados, paga-se 137 dólares por tonelada de carbono que é captada. Estudos feitos na Índia indicam que cada hectare plantado de manga gera um crédito de 2,86 toneladas de carbono.
Preparação para mercado
Para se preparar para este mercado, o produtor precisa investir em um processo específico. Primeiro, é preciso fazer um inventário de emissão de carbono na sua cultura. Esta etapa envolve detalhar todos os processos de produção e identificar em cada um deles o volume de carbono que é emitido. Depois, é momento de criar um plano de descarbonização, o que precisa considerar todo o contexto da propriedade e de como a produção é manejada. O terceiro passo é mapear os estoques de carbono no solo para, só então, verificar se o quadro já é de carbono negativo ou o quanto precisa ser reduzido para chegar a esse resultado.
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