A Etihad Airways está se preparando para lançar uma oferta pública inicial de ações (IPO) ainda esta semana, com um valor estimado em US$ 1 bilhão (R$ 5,7 bilhões). O IPO será o primeiro de uma grande companhia aérea do Golfo em quase 20 anos.
Sob a liderança de Antonoaldo Neves, ex-presidente da Azul Linhas Aéreas e da TAP Air Portugal, a Etihad tem passado por uma reestruturação significativa desde 2022. A empresa está focada em rotas médias, conectando a Europa à Ásia, e tem vendido suas participações em companhias aéreas estrangeiras.
O plano é vender novas ações que representem 20% da companhia, visando levantar fundos para sustentar suas ambições de crescimento.
Embora os detalhes ainda não tenham sido confirmados oficialmente, fontes não identificadas disseram que o IPO envolverá 2,7 bilhões de ações, com os recursos destinados diretamente à empresa e não ao governo de Abu Dhabi, controlador da companhia por meio de seu fundo soberano, avaliado em US$ 225 bilhões (R$ 1,2 trilhões).
Recentemente, a Etihad anunciou um lucro líquido de US$ 476 milhões (R$ 2,7 trilhões), mais que o triplo do registrado no ano anterior, reforçando o potencial de crescimento da empresa.
Enquanto suas concorrentes regionais, Emirates e Qatar Airways, continuam sendo de propriedade estatal sem capital aberto, companhias distantes como a Turkish Airlines e a Singapore Airlines têm ações listadas nas bolsas de seus respectivos países, com parte significativa de suas ações sendo negociada publicamente.
O que é IPO?
O IPO, sigla para “Initial Public Offering” (Oferta Pública Inicial, em português), é o processo pelo qual uma empresa decide abrir seu capital, oferecendo suas ações ao mercado pela primeira vez.
Esse movimento transforma a companhia de uma empresa privada para uma empresa de capital aberto, cujas ações passam a ser negociadas na Bolsa de Valores.
Normalmente, as empresas que realizam um IPO já atingiram um estágio de maturidade, com negócios consolidados e uma estrutura robusta.
As empresas optam por realizar um IPO por diversas razões, embora o processo seja complexo e dispendioso. Ao abrir o capital, as empresas atraem novos investidores, o que pode gerar recursos para financiar sua expansão ou novos projetos.
Além disso, o IPO também permite a diversificação dos sócios, proporcionando maior liquidez aos investidores iniciais e, em alguns casos, tornando a empresa mais visível no mercado, o que pode ajudar a fortalecer sua marca e sua posição competitiva.
Entretanto, esse processo implica em um grande ajuste para a gestão, que passa a ter de lidar com maior transparência, fornecendo informações detalhadas sobre sua operação e finanças ao mercado e aos novos acionistas.