Ratos tentam primeiros socorros em companheiros desacordados, revela estudo

Um estudo publicado na revista Science revela que pequenos roedores podem desenvolver um instinto de resgate e tentam salvar companheiros inconscientes com técnicas de “primeiros socorros”.

Os ratos foram monitorados ao lado de companheiros de jaula, que poderiam estar ativos ou anestesiados. O estudo percebeu que os roedores aplicavam lambidas e contato persistente para reanimar o outro.

A fotografia de um estudo mostra um rato tenta reanimar outro que estava inconsciente

Rato tenta reanimar outro que estava inconsciente – Foto: Divulgação/Sun et al., Science, 2025/ND

“Os camundongos exibem um conjunto estereotipado de comportamentos ao encontrar um parceiro social inconsciente, que lembra as respostas de emergência humanas”, explica o estudo.

Segundo o estudo, os comportamentos dos roedores incluem cheirar e se limpar para estimular os companheiros inconscientes ou mortos. Além disso, alguns chegaram a morder a boca e puxar a língua em caso de longos períodos sem resposta.

 

Figura criada com BioRender.com – Foto: Divulgação/Science/ND

O que explica o comportamento em ratos?

Os pesquisadores realizaram análises comportamentais e estudos neurobiológicos nos ratos. O resultado mostrou circuitos neurais específicos que parecem envolvidos na mediação de respostas pró-sociais, indicando mecanismos evolutivos de cuidado e empatia.

A análise neurológica mostrou que a resposta de socorro era regulada por neurônios que liberavam ocitocina na amígdala e hipotálamo, hormônio associado a comportamentos de cuidado em espécies de vertebrados.

“Além disso, a ativação optogenética desses neurônios promoveu comportamentos semelhantes a reanimação, enquanto a inativação deles ou o bloqueio da sinalização de ocitocina por meio da administração ventricular de antagonistas do receptor de ocitocina prejudicou os comportamentos”, descreve.

“Nossas descobertas sugerem, portanto, que os animais exibem respostas de emergência semelhantes a reanimação e que auxiliar membros do grupo não responsivos pode ser um comportamento inato amplamente presente entre animais sociais”, explica o estudo.

Além disso, os pesquisadores concluíram que o instinto não foi aprendido, pois os ratos tiveram apenas dois meses de vida e nunca tinham visto alfo parecido.

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