O secretário de Estado do Vaticano descartou neste sábado (22) a possibilidade de o Papa Francisco renunciar. Em entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera, Pietro Parolin chamou a informação de “infundada” eafirmou que todos estão preocupados com a saúde do pontífice,internado desde 14 de fevereiro.
“Tudo isso me parece uma especulação infundada. Neste momento, nosso foco está na saúde do Santo Padre, em sua recuperação e em seu retorno ao Vaticano”, declarou.
O posicionamento ocorre após a circulação de informações de que Francisco abriria mão do cargo para cuidar da saúde. Veículos da imprensa internacional relataram que cardeais defendiam a renúncia para não prejudicar as atividades no Vaticano.
O Santo Padre – como os fiéis chamam o Papa – está hospitalizado no Hospital Gemelli para tratar de um problema respiratório. Neste sábado (22), ele enfrentou uma crise de asma e precisou passar por uma transfusão de sangue.
“As condições do Santo Padre continuam críticas. Portanto, como explicado ontem, o Papa não está fora de perigo. Nesta manhã, o Papa Francisco apresentou uma crise respiratória asmática prolongada, que exigiu uma terapia de alto fluxo de oxigênio”, informou o boletim médico.
“Os exames de sangue de hoje também revelaram trombocitopenia associada à anemia, o que exigiu a administração de transfusões de sangue”, acrescentou.
Especulações
O cardeal Pietro Parolin reforçou que há muitas informações falsas circulando sobre o Papa Francisco e negou que existam conversas para que ele deixe suas funções.
“Honestamente, não estou ciente de tais manobras e, de qualquer forma, tento me manter afastado delas. Por outro lado, acredito que seja bastante normal, nessas situações, que rumores não verificados circulem ou que comentários equivocados sejam feitos – esta certamente não é a primeira vez. No entanto, não acredito que haja qualquer movimento particular nesse sentido e, até agora, não ouvi nada a respeito”, declarou.
Prefeito do Dicastério também negou renúncia de Francisco
O cardeal Víctor Manuel Fernández, em entrevista ao jornal argentino La Nación, reforçou o posicionamento de Pietro Parolin.
“Não faz sentido que alguns grupos exerçam pressão por uma renúncia. Eles já tentaram em várias ocasiões nos últimos anos, mas essa só pode ser uma decisão completamente livre do Santo Padre para que seja válida”, afirmou.
“Não percebo um clima pré-conclave, nem vejo mais discussões sobre um possível sucessor do que havia há um ano – nada fora do comum. O que importa para mim é que o corpo do Papa tenha respondido bem à terapia atual”, concluiu.
Devido à hospitalização, os compromissos do Papa para este domingo (23) foram alterados. A reflexão do Angelus será publicada, mas não será conduzida pessoalmente pelo pontífice.
Esta é a quarta internação de Francisco nos últimos quatro anos. Em 2023, ele foi hospitalizado devido a uma pneumonia aguda.
Problemas de saúde
Nos últimos anos, problemas de saúde afetaram a mobilidade do Papa, que passou a usar cadeira de rodas para se locomover.
Entre as complicações registradas estão lesões e doenças respiratórias. Apesar dessas limitações, ele realizou uma extensa viagem pela Ásia e Oceania em 2024.
O quadro de saúde atual levou à interrupção de viagens e compromissos religiosos planejados para os próximos meses.