Dólar abre pregão com mercado de olho em inflação nos EUA e dados de serviços no Brasil


No dia anterior, a moeda norte-americana caiu 0,31%, cotada a R$ 5,7672. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira encerrou em alta de 0,76%, aos 126.522 pontos. Dólar
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O dólar inicia o pregão desta quarta-feira (12), com investidores na expectativa pela divulgação de novos dados de inflação nos Estados Unidos, que podem trazer mais pistas sobre a condução da política monetária no país.
No Brasil, o destaque fica com dados do setor de serviços.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda americana teve baixa de 0,31%, cotada a R$ 5,7672.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,45% na semana;
recuo de 1,20% no mês; e
perdas de 6,68% no ano.

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Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice teve alta de 0,76%, aos 126.522 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 1,53% na semana;
avanço de 0,31% no mês;
ganho de 5,19% no ano.

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O que está mexendo com os mercados?
Segundo divulgado pelo IBGE, o IPCA, considerado a inflação oficial do país, subiu 0,16% no mês passado, na menor taxa para o mês desde o Plano Real.
Nos últimos 12 meses, a inflação brasileira acumulou uma alta de 4,56%, também uma desaceleração em comparação com dezembro do ano passado, quando o IPCA acumulava uma alta de 4,83%.
A inflação de janeiro ficou em linha com as expectativas do mercado financeiro. A mediana das projeções de analistas consultados pela Bloomberg era de uma alta de 0,17%.
O avanço veio mais uma vez puxado pelos grupos de Transportes e de Alimentação e bebidas, que registraram as maiores altas percentuais no período.
Além disso, as novas tarifas anunciadas por Trump também impactaram os mercados, conforme investidores tentavam avaliar eventuais impactos das taxas no país.
Na véspera, o presidente norte-americano assinou um decreto que impõe tarifas de 25% para todas as importações de aço e alumínio para o país a partir de 4 de março.
A medida, que pode atingir em cheio o setor de siderurgia de países como México, Canadá e Brasil, faz parte de uma das principais promessas de campanha de Trump: a taxação de produtos estrangeiros para priorizar a indústria norte-americana.
“Nossa nação precisa que o aço e o alumínio permaneçam na América, não em terras estrangeiras. Precisamos criar para proteger o futuro ressurgimento da manufatura e produção dos EUA, algo que não se vê há muitas décadas”, disse Trump.
“Este é o primeiro de muitos. E você sabe o que quero dizer com isso? Outros assuntos, tópicos, proteger nossas indústrias de aço e alumínio é essencial. Simplificando: nossas tarifas sobre aço e alumínio, para que todos possam entender exatamente o que é: 25%, sem exceções. E isso vale para todos os países, não importa de onde venha.”
As tarifas de Trump geram um clima de incertezas e cautela por todo o mundo por dois principais motivos: os impactos comerciais e econômicos para os exportadores e a pressão sobre os preços dentro dos EUA — que pode se estender por todo o mundo.
Diante da preocupação, autoridades de diversos países se posicionaram.
Na Coreia do Sul, o Ministério da Indústria convocou siderúrgicas para discutir como minimizar os impactos das tarifas para as empresas. Já na Europa, a Comissão Europeia afirmou “não ver justificativa” para a tarifação e assegurou que vai reagir.
O ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, afirmou que a Europa “pode e deve reagir unida e decisivamente contra as restrições tarifárias unilaterais” e destacou que a região “está preparada para isso”.
No Brasil, a postura do governo foi mais cautelosa diante das ameaças do presidente dos EUA. Tanto o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, quanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, manifestaram a necessidade de diálogo em relação às tarifas.
Segundo o blog da Ana Flor, o anúncio não pegou o governo de surpresa e, por enquanto, a orientação é não responder imediatamente com a regra da reciprocidade, mas primeiro analisar o impacto.
Além de afetar as empresas exportadoras de aço e alumínio, que podem ter uma queda nas vendas, há preocupação no mercado sobre a pressão inflacionária que a implementação dessas tarifas causaria na maior economia do mundo, o que pode atrasar a redução dos juros no país.
Dirigentes do Fed afirmaram que a instituição não tem pressa em reduzir os juros e que observará atentamente os desdobramentos do cenário político e econômico. Atualmente, os juros americanos estão entre 4,25% e 4,50% ao ano, com o objetivo de reduzir a inflação anual, que está em 2,9%, para a meta de 2%.
Juros elevados também aumentam o rendimento dos títulos públicos dos EUA, considerados os mais seguros do mundo, o que tende a provocar uma migração de capital estrangeiro para o país e pode fortalecer o dólar em relação a outras moedas.
Dólar mais caro também impacta a inflação em todo o mundo, já que esta é a principal moeda para as negociações comerciais e pode pressionar os preços principalmente das commodities, como combustíveis e alimentos.

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