Justiça suspende plano de Trump de desmantelar a agência americana de ajuda humanitária


A USAID tem projetos em mais de 120 países – na África, Ásia, Oriente Médio, América Latina. É a maior distribuidora de ajuda humanitária do mundo. Justiça dos EUA suspende plano de Trump para desmantelar agência de ajuda humanitária
A Justiça americana suspendeu o plano do governo Trump para afastar osservidores da instituição que leva ajuda humanitária a milhões de pessoas no mundo.
Nesta sexta-feira (7) de manhã, o presidente Donald Trump defendeu nas redes sociais o fim da agência. Acusou a USAID de corrupção, sem apresentar provas, e disse:
“Fechem isso!”
Presidente Donald Trump defendeu nas redes sociais o fim da agência
Reprodução/TV Globo
Nesta tarde, a placa com o nome da agência foi removida da sede em Washington. A partir da meia-noite, o governo vai colocar quase todos os 10 mil funcionários da USAID em licença administrativa. Mas um juiz suspendeu a medida e decidiu a favor de servidores que tinham entrado na Justiça contra o plano de Trump para enxugar a agência. A licença administrativa era uma das etapas. Nesta sexta-feira (7), o presidente afirmou que 97% dos funcionários devem ser demitidos.
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Trump não pode fechar a agência de maneira unilateral – sem a aprovação do Congresso, porque uma lei determina a existência e o financiamento da USAID.
A agência tem projetos em mais de 120 países – na África, Ásia, Oriente Médio, América Latina. É a maior distribuidora de ajuda humanitária do mundo. Financia programas que promovem direitos humanos, educação, democracia e o combate de doenças, como AIDS e Ebola.
Justiça suspende plano de Trump de desmantelar a agência americana de ajuda humanitária
Reprodução/TV Globo
Os cortes são parte do plano do bilionário Elon Musk. O empresário tem a missão de enxugar até US$ 1 trilhão dos gastos do governo. E o principal alvo dele tem sido a USAID – que possui um orçamento de quase US$ 40 bilhões, menos de 1% do orçamento federal.
Nesta sexta-feira (7) também houve críticas às sanções que Trump anunciou na quinta-feira (6) contra integrantes do Tribunal Penal Internacional. As restrições envolvem o congelamento de bens e a suspensão de vistos. Trump explicou que o decreto era uma resposta às decisões da corte de investigar militares dos Estados Unidos e emitir um mandado de prisão contra o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu por supostos crimes de guerra em Gaza.
O tribunal declarou que o decreto prejudica a independência da corte e priva milhões de vítimas de atrocidades, de justiça e esperança. Também afirmou que rejeita com firmeza qualquer tentativa de politizar a função judicial.
Em um comunicado, 79 países – entre eles, Alemanha, França e Brasil – reafirmaram “o apoio contínuo e inabalável à independência, imparcialidade e integridade do tribunal”. Eles alertaram que as sanções “ameaçam corroer o Estado de Direito internacional, que é crucial para promover ordem e segurança globais”; e declararam que o tribunal é um pilar vital do sistema de justiça internacional.
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