O Exército de Israel anunciou bombardeios contra o Hezbollah no Líbano três dias após o frágil cessar-fogo entrar em vigor. A Defesa israelense afirma que os alvos estavam relacionados ao transporte de armas do grupo, que acusa de violar o acordo.
The IDF is deployed in southern Lebanon and will actively enforce violations of the ceasefire agreement.
During IDF searches in southern Lebanon over the past day, the soldiers located and confiscated weapons that were concealed in a mosque by Hezbollah terrorists.… pic.twitter.com/fPFtqk5jd8
— Israel Defense Forces (@IDF) November 30, 2024
O cessar-fogo no Líbano foi estabelecido na semana passada, após meses de ataques aéreos e combates. Pelo acordo, as forças israelenses devem se retirar gradualmente do sul do Líbano no prazo de dois meses. A milícia xiita Hezbollah, por sua vez, deve recuar de posições ao norte do rio Litani e desmantelar sua infraestrutura militar no sul do país.
Ainda não está claro, contudo, quando cerca de 1 milhão de pessoas deslocadas pelo conflito poderão voltar para casa em segurança. Israel afirma ter bombardeado o sul do Líbano após detectar atividades do Hezbollah que representam ameaça e descreveu quatro ataques. O Exército justificou que um dos alvos, na fronteira entre Líbano e Síria, estava sendo “ativamente usado” pelo Hezbollah para transportar armas da Síria ao Líbano, o que descreveu como uma violação do acordo de cessar-fogo.
Os outros três ataques, afirma a Defesa israelense, foram lançados ao identificar integrantes da milícia libanesa se aproximando de estruturas do Hezbollah, carregando armas ou se envolvendo no que descreveu como atividade terrorista. O exército se recusou a fornecer mais detalhes sobre esses ataques O Hezbollah não comentou os bombardeios. Desde o início do cessar-fogo, na quarta-feira (27), Israel já atacou pelo menos dois outros locais descritos como infraestrutura do Hezbollah.
Apesar dos ataques esporádicos, a trégua parecia se manter no Líbano diferente do que ocorre em Gaza, onde as forças israelenses mantém a ofensiva no norte do enclave palestino. A Defesa Civil Palestina em Gaza acredita que mais de 70 pessoas morreram em ataques em Beit Lahia, ao norte da Cidade de Gaza, mas afirma que não conseguiu acessar o local em razão do bloqueio israelense.
“Famílias inteiras foram exterminadas no norte de Gaza, e não sabemos nada sobre elas”, afirma o comunicado da Defesa Civil – que não diferencia civis e combatentes ao divulgar números de mortos no conflito. “Há sobreviventes que permanecem sob os escombros por muito tempo, e não há defesa civil para resgatá-los.”
Equipes de resgate estão impossibilitadas de operar no norte de Gaza desde o início da ofensiva israelense, há quase dois meses. O serviço de internet e telefone na área também tem sido instável nos últimos dias, dificultando ainda mais o acesso a informações confiáveis sobre as vítimas.
O Exército de Israel, por outro lado, negou os ataques aéreos em Beit Lahia e atribuiu os relatos à “propaganda falsa do Hamas”, embora confirme que mantém a operação contra o Hamas na Faixa de Gaza. O Exército declarou que opera “com base em inteligência precisa e confiável contra terroristas e alvos do Hamas, não contra civis em Gaza”. Acrescentou ainda que a área mencionada é uma “zona de guerra ativa”. (com agências internacionais)
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