Polícia do Paraná conclui investigação e diz que suplente mandou matar vereador eleito por motivação política


Odair José Carvalho da Silva, apontado como mandante do crime, recebeu quatro votos a menos do que João Domiciano Neto, eleito em outubro para a Câmara de Salto do Itararé e assassinado no início do mês. Nenê da Ambulância (esq.) foi indiciado pela morte de João Garré (dir.)
TSE/Reprodução
A Polícia Civil do Paraná indiciou o vereador de Salto do Itararé Odair José Carvalho da Silva, conhecido como Nenê da Ambulância (UNIÃO), pelos crimes de homicídio qualificado e organização criminosa.
Segundo a conclusão dos investigadores, ele encomendou a morte de João Domiciano Neto, conhecido como João Garré (UNIÃO), que nas eleições de outubro foi eleito para a Câmara do município.
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Nenê da Ambulância recebeu quatro votos a menos do que a vítima do assassinato, ficando como primeiro suplente do União Brasil para a próxima Legislatura, a partir de 2025. Para a polícia, a motivação do crime foi política.
“As investigações revelaram que o crime foi encomendado pelo primeiro suplente da vítima, que teria agido motivado por desavenças políticas. Além disso, o filho do suplente teria participado das negociações para a contratação dos executores”, explicou o delegado Huarlei Oliveira.
O filho de Nenê da Ambulância também foi indiciado pelos mesmos crimes. Os dois estão presos. O caso agora será analisado pelo Ministério Público, a quem cabe oferecer a denúncia.
A defesa de Odair José Carvalho da Silva e do filho disse em nota que espera o Ministério Público apresentar a denúncia para então apresentar a resposta à acusação e aguardar a marcação da audiência de instrução e julgamento. O advogado José Valdeci de Paula disse ainda que já protocolou pedido de liberdade provisória para os clientes.
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Relembre o caso
João Domiciano Neto foi morto no dia 9 de novembro em Santana do Itararé, município vizinho a Salto do Itararé, no norte do Paraná. O vereador eleito foi atingido por quatro tiros na região do tórax por um homem que entrou na casa dos pais dele. O outro suspeito permaneceu na entrada da casa.
A esposa da vítima disse à polícia que encontrou Garré morto minutos após o crime. Os pais dele relataram que estavam na casa, mas não escutaram os tiros porque possuem deficiência auditiva.
Nenê da Ambulância foi preso no dia 18 de novembro em um hotel em São José dos Pinhais, a mais de 350 quilômetros de onde o crime aconteceu. O filho dele, de 31 anos, estava no mesmo quarto de hotel e também foi preso por suspeita de participação no crime.
Os dois homens suspeitos de executarem o crime fugiram para Curitiba. Horas depois, eles foram mortos em confronto com a Polícia Militar (PM-PR).
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