Traduzindo os números: entenda os resultados do desemprego de janeiro divulgados pelo IBGE


Taxa de desocupação subiu no trimestre terminado em janeiro, mas é a menor da série para o período. Demissões de temporários e troca de servidores públicos explicam resultado. Taxa de desocupação fica em 6,5% no trimestre terminado em janeiro
Assim como ocorre ao fim de todos os meses, o IBGE divulgou nesta quinta-feira (27) os números do desemprego no país. A taxa de desocupação ficou em 6,5% no trimestre terminado em janeiro.
Veja abaixo uma análise dos resultados.
➡️ Taxa de desemprego
O índice subiu de 6,2% para 6,5% no trimestre. No entanto, a taxa é a menor da série histórica do IBGE, iniciada em 2012, para um trimestre encerrado em janeiro. O mesmo índice, de 6,5%, também foi registrado em 2014.
Apesar da alta, o IBGE entende que o número não significa necessariamente uma mudança na trajetória de quedas do desemprego no país porque janeiro costuma ser um mês de demissões.
🔎 As demissões são mais comuns em inícios de ano porque terminam os contratos de empregados temporários. Neste mês, também houve uma diminuição importante de contratos no setor público, com a troca das administrações municipais em 2025.
➡️ População desocupada
O total de desocupados no país chegou a 7,2 milhões de trabalhadores. Houve alta de 5,3% contra o trimestre anterior, mas o contingente ainda era bem maior no mesmo período de 2024, de 8,3 milhões de desempregados.
🔎 Economistas alertam que, apesar de ser comum uma alta do desemprego no início do ano, os dados podem começar a sinalizar uma perda de tração do mercado de trabalho.
➡️ Número de ocupados
A população ocupada no Brasil ficou em 103 milhões de trabalhadores, um recuo de 0,6% no trimestre após uma sequência de recordes.
O setor público puxou a queda, com uma redução de 2,5% no número de funcionários da administração pública, saúde e educação no último trimestre. A população ocupada na agricultura também caiu 2,1%.
➡️ Rendimento do trabalhador
As pessoas ocupadas receberam cerca de R$ 3.343 por mês no trimestre terminado em janeiro, por todos os trabalhos que tinham na semana de referência da pesquisa. O valor subiu 1,4% no trimestre e 3,7% no ano, chegando ao maior valor da série histórica.
Já a massa de rendimentos, que soma os valores recebidos por todos esses trabalhadores, foi estimada em R$ 339,5 bilhões, ficando estável no trimestre.
🔎 Isso significa que, apesar da diminuição da população ocupada, com o rendimento alto, o consumo das famílias deve continuar pressionado a inflação (gerada quando a oferta não acompanha a demanda).
➡️ Força de trabalho ‘desperdiçada’
O Brasil tem 18,1 milhões de pessoas subutilizadas, ou seja, que poderiam estar trabalhando, mas estão desocupadas, subocupadas (não trabalham todas as horas que poderiam) ou fora da força de trabalho potencial, como jovens em idade escolar e idosos.
Assim, a taxa de subutilização da força de trabalho do país ficou em 15,5%, uma estabilidade no trimestre. Em relação ao ano anterior, houve queda de 2 pontos percentuais.
Como o desemprego é calculado?
Entenda como o desemprego é calculado no Brasil
Carteira de trabalho; emprego; trabalho; desemprego
Letícia Queiroz/G1
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