O homem que matou e enterrou a ex-companheira no quintal de casa, em 2022, no município de Tubarão, no Sul de Santa Catarina, foi condenado a 16 anos e cinco meses de reclusão. O Tribunal do Júri aconteceu na última terça-feira (25).
Corpo de mulher é encontrado enterrado em Tubarão – Foto: PCSC/Divulgação/ND
Segundo o MPSC (Ministério Público de Santa Catarina), o réu foi condenado pelos crimes de feminicídio duplamente qualificado – por motivo torpe e por ter sido cometido contra mulher, em contexto de violência doméstica – e ocultação de cadáver.
Corpo da vítima foi queimado
A vítima era casada com o homem e se mantinha em “distanciamento frequente dos familiares”, no entanto, há cerca de 10 meses, não dava notícias e não podia ser localizada. A preocupação motivou os parentes a buscarem a polícia para registrar o desaparecimento.
O corpo da mulher foi queimado e enterrado nos fundos da casa em que o casal vivia em Tubarão. As investigações ainda apontaram que o marido, após o crime, passou a utilizar as redes sociais da vítima e a receber indevidamente o benefício previdenciário da ex-companheira.
Vítima foi morta, queimada e enterrada no quintal de casa – Foto: PMSC/Divulgação/ND
Ainda conforme o MPSC, quando questionado por amigos e familiares sobre o paradeiro da mulher, o homem inventava uma nova versão dos fatos — ora dizia que ela havia fugido com outro homem, ora alegava que tinha morrido de overdose, pneumonia ou, até mesmo, de uma parada cardíaca.
Sobre o crime que chocou o Sul de SC
Conforme sustentado pelo órgão, o crime ocorreu entre os dias 24 de setembro e 1º de outubro de 2022, período em que foram identificadas as últimas provas de vida da vítima. Os restos mortais da mulher só foram localizados em julho de 2023, carbonizados e fragmentados, conforme apontou o laudo pericial.
Após matá-la, de forma não esclarecida, o réu fragmentou o corpo, ateou fogo nos restos mortais e os enterrou no quintal da residência do casal, ocultando as evidências do crime.
Homem que matou e enterrou a ex já estava preso preventivamente
A investigação revelou que a vítima vivia um relacionamento conturbado com o agressor havia cerca de um ano. O casal enfrentava constantes desentendimentos, que resultavam em brigas e agressões físicas. Em 31 de julho de 2022, a mulher chegou a registrar um boletim de ocorrência, relatando que foi agredida pelo então companheiro, o qual, descontrolado, havia quebrado móveis e eletrônicos da casa.
Condenação ocorreu na Comarca de Tubarão, no Sul de SC – Foto: Divulgação/TJSC/ND
O réu, que já estava preso preventivamente, teve negado o direito de recorrer em liberdade com base na decisão do Supremo Tribunal Federal.