O estudo publicado na “Revista do Instituto Florestal”, realizado entre 2022 e 2023, registrou mais de 200 aves no Vale da Quietude, em Ibiúna, no interior de São Paulo. Entre elas, foram encontradas espécies de aves ameaçadas de extinção.
Pesquisa foi feita no interior de São Paulo
A área está localizada a cerca de 70 km da capital de São Paulo, na Serra de Paranapiacaba, uma região da Serra do Mar, no sul do estado. O levantamento científico incluiu mais de 239 aves residentes, endêmicas e migratórias.
Apesar de a mata atlântica da região ser estudada há mais de 200 anos, ainda existem áreas com poucas informações sobre a biodiversidade local.
Encontradas aves ameaçadas de extinção
Durante a pesquisa, aves ameaçadas de extinção foram registradas e catalogadas no local. Foram duas espécies encontradas, saíra-sapucaia e o tauató-pintado.
Segundo o Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade, a saíra-sapucaia (Stilpnia peruviana) está na categoria “Vulnerável” na Lista Vermelha da IUCN ( União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais).
A principal causa da ameaça à espécie é a destruição da Mata Atlântica nas regiões litorâneas, hábitat da espécie. A ave habita o litoral de São Paulo até Santa Catarina.
Já o tauató-pintado (Accipiter poliogaster) é um gavião extremamente discreto e arisco, fazendo com que se tenha poucos registros da espécie em toda sua área de ocorrência, segundo pesquisadores da UFRSG (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
Também considerada ameaçada de acordo com a Lista Vermelha da IUCN, a espécie representa um aspecto positivo da região.
Para o ornitólogo Fabio Schunck, autor do estudo, o encontro das aves ameaçadas mostra que as espécies podem se reproduzir e viver tranquilamente na região de mata, o que aumenta as chances de elas saírem da lista de ameaçadas.
O estudo também destacou que, embora a Serra de Paranapiacaba tenha enfrentado desmatamento no passado, hoje a região apresenta florestas bem preservadas, além de áreas em recuperação.
Fábio também ressalta que, apesar dos avanços com este estudo, novas pesquisas são necessárias para determinar com mais precisão o limite entre as distribuições das espécies.