Delegado solicitou a prisão preventiva e a adoção de medidas protetivas em favor da vítima. Breno Berlutinny afirmou que tem reagido à ‘perseguição ao trabalho’ dele no município. Polícia investiga radialista por injúria racial, em Formosa
Um radialista de 36 anos é investigado por comentários ofensivos e xingamentos em áudios contra uma colega de trabalho de 31 anos em grupos de redes sociais e em uma rádio de Formosa, no Entorno do Distrito Federal. Segundo o delegado José Antônio Sena, o radialista Breno Marcelino Ferreira, de codinome Breno Berlutinny, pode responder por cyberstalking, quando é feita a perseguição de alguém pela internet; crime de racismo e de difamação (ouça áudio ao final do texto).
Ao g1, Breno diz que a atitude dele é uma resposta por perseguição ao trabalho que ele desenvolve no município”.
“Sou amplamente perseguido,aproveito ainda a oportunidade de fala para salientar que em nenhum momento a chamei de macaca, babuína ou algo nesse sentido”, rebateu.
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Em um dos áudios, que José Antônio confirma ser do radialista, Breno xinga e ofende a colega Clícia Balbino de Sousa. Ela conta que os comentários ocorreram após uma matéria feita por ela para a rádio.
“É muito fácil você me criticar, ‘Fiona do rádio’. Tá sentada com esse rabo gordo seu, cheio de estria, entendeu? E não tem coragem de levantar para poder acudir os mais humildes”, disse.
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Em outro áudio, o radialista chega a trocar o sobrenome da colega de Balbino por “beduína”, uma espécie de macaco. “’Cê’ não tem coragem de enfrentar o povo igual eu enfrento. E quer me descredibilizar. E pode chorar, Clícia Baduína” Choooora, Clícia Baduína!”, exalta.
O radialista ao g1 confessou que trocou o sobrenome da colega. “Fiz um trocadilho e chamei de babuína, uma vez que o codinome é Balbino”.
Clícia destaca desconhecer a motivação das agressões do colega. No entanto, ela suspeita que os comentários do radialista são por questões políticas e envolveria a atuação da mãe dela na cidade.
“O pessoal de Formosa acredita que seja por desavença política. Minha mãe é uma pessoa muito influente aqui na cidade. E, certos políticos aqui chegaram a pagar a este jornalista, ele se intitula jornalista, para poder atacar a minha mãe e de certa forma, me atacando, ataca ela também”, acusa, a radialista.
Clícia acrescenta que procurou o proprietário da rádio, em que ambos trabalham, mas que ele apenas a aconselhou a “sair dos grupos e ficar calada”. “Eu tenho sofrido ataques à minha honra… É muito ruim. E, eu não vou ficar calada mais”, pontuou.
O g1 entrou em contato com a rádio, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Crimes
O delegado José Antônio Sena ressaltou que o inquérito está em fase de conclusão. Ele antecipou que deve indiciar o radialista por cyberstalking, quando é feita a perseguição de alguém pela internet; e pelos crimes de racismo e de difamação.
“Nós temos vários crimes em investigação contra este agressor. Nós temos o crime de cyberstalking, nós temos o crime de injúria, temos também o crime de racismo. Então, todos esses crimes estão sendo investigados pela Polícia Civil”.
À Justiça, o delegado solicitou a prisão preventiva de Breno e medidas cautelares. Porém, o juiz Francisco Gonçalves Saboia Neto rejeitou a prisão e aplicou medidas protetivas a favor de Clícia.
ÁUDIO: Radialista ofende colega de trabalho negra com comentários sobre o peso e a raça de
Confira as medidas cautelares contra o radialista:
Comparecimento mensal em Juízo: O investigado deve se apresentar mensalmente, entre os dias 1º e 10, para justificar suas atividades;
Proibição de contato: Está proibido de se comunicar, direta ou indiretamente, com Clicia Balbino de Sousa e testemunhas;
Restrições de publicações: Não pode realizar postagens ou menções, em redes sociais ou qualquer meio de comunicação, que façam referência, direta ou indireta, à vítima, inclusive sem citar seu nome.
Prints de grupos de mensagens com ofensas contra radialista
Reprodução/TV Anhanguera
Íntegra da nota de Breno
Tudo que está acontecendo é perseguição pelo trabalho que desenvolvo no município. Sou amplamente perseguido,aproveito ainda a oportunidade de fala para salientar que em nenhum momento a chamei de macaca, babuína ou algo nesse sentido.
Fiz um trocadilho e chamei de BADUÍNA,uma vez que o codinome é Balbino.
Sofro contantes ataques da família dessa mulher financiados por políticos corruptos que se sentem incomodados com as denúncias que apresento sempre com provas na imprensa local.
Diante disso sigo tranquilo e aberto ao contraditório. É triste ver imprensa perseguindo imprensa.
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