A megaoperação realizada pela Polícia Civil de Santa Catarina, na manhã desta quinta-feira (28), prendeu um líder do tráfico e do crime organizado no estado. O suspeito, que não teve a identidade revelada, foi capturado em flagrante por tráfico de drogas. Ele seria o elo entre uma facção catarinense e um grupo criminoso do Mato Grosso do Sul.
Além do líder do tráfico, outro criminoso foi preso, em flagrante, por porte ilegal de arma e munições. Ele foi capturado em Palhoça, na Grande Florianópolis.
Foram cumpridas 218 ordens judiciais nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Tocantins, além de Santa Catarina. No estado, a ofensiva foi cumprida nas cidades de:
- Florianópolis;
- São José;
- Palhoça;
- Biguaçu;
- Santo Amaro da Imperatriz;
- Governador Celso Ramos;
- Itapema;
- Santa Cecília;
- Blumenau;
- Curitibanos;
- Calmon;
- Capivari de Baixo.
Armas e drogas eram trazidas de outro estado para abastecer facção catarinense, diz PCSC
As investigações começaram em 2023, quando seis pistoleiros, do Mato Grosso do Sul, foram presos em território catarinense. À época, quatro deles eram considerados foragidos da Justiça. Um dos capturados era responsável por fornecer drogas e armas para uma facção catarinense, com origem em Florianópolis.
Conforme revelado pela Draco (Divisão de Repressão ao Crime Organizado), a liderança do tráfico, presa durante a operação, era responsável por articular as negociações para compra drogas e armas de grosso calibre. Posteriormente, os itens eram revendidos para narcotraficantes de outros estados.
“Eles negociavam maconha, cocaína e diversos tipos de arma, como fuzis e AK-47. O fornecedor [do Mato Grosso do Sul] negociava com o traficante daqui e indicava contas bancárias de laranjas, ou empresas de fachada, para o pagamento das mercadorias”, detalhou o titular da Draco, delegado Antonio Cláudio Seixas Jóca, à reportagem.
Líder do tráfico é preso em Florianópolis durante megaoperação
O criminoso, vinculado à facção catarinense, foi capturado em Florianópolis, durante cumprimento de mandados de busca e apreensão. Com a liderança do tráfico, a PCSC apreendeu quantias significativas de maconha. Há indícios de que uma facção, com origem no Rio de Janeiro, tenha envolvimento no esquema criminoso.
No entendimento da PCSC, o foco central desta ação era enfraquecer a organização financeiramente. “A gente tem que fazer a descapitalização da facção, apreendendo valores e bens, para enfraquecer a conexão do grupo criminoso, responsável por transportar armas e drogas para várias regiões do país, com outras organizações”, pontua o delegado Jóca.
Além da prisão do líder do tráfico e do comparsa, foi realizado bloqueio de até R$ 10 milhões em contas bancárias de 46 pessoas físicas e até R$ 50 milhões em contas de 14 pessoas jurídicas. O montante ultrapassa a casa de R$ 1,1 bilhão.