Ciclotimia: doença rara apresenta sintomas mais leves que a bipolaridade


Doença, que está dentro do espectro da bipolaridade, apresenta sintomas mais leves, mas não deve ser subestimada Imagem ilustrativa
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Passar por períodos de grande variações de humor, de uma tristeza profunda, que se assemelha aos da depressão, e logo em seguida por momentos de grande alegria e euforia, não é algo comum e devem ligar o alerta da saúde mental. Porém, entre uma simples variação de humor corriqueira e um quadro mais grave, o transtorno bipolar, existe uma doença mais branda e menos conhecida: a ciclotimia.
“Trata-se de uma doença que está dentro do espectro de transtorno bipolar, porém mais leve. Na ciclotimia o paciente apresenta momentos de excitação, a hipomania, onde a pessoa se sente mais animada, confiante, produtiva, passa a socializar mais e pode até cometer alguns atos impulsivos. Já nos momentos de baixa é que surgem o desânimo, baixa autoestima, muito cansaço e até a perda de interesse em atividades antes prazerosas”, explicou a neuropsicóloga Suzana Lyra (CRP03/9748), Diretora e Responsável Técnica do Instituto Baiano de Neurodesenvolvimento Suzana Lyra (IBN).
Pode acometer homens e mulheres, mas o diagnóstico é mais frequente nelas. Apesar dos sintomas se manifestarem já na infância e adolescência, o diagnóstico é mais comum na idade adulta, grande parte dos casos é percebida entre os 20 e os 40 anos.
Suzana Lyra reforça que a ciclotimia é mais rara que a bipolaridade, atingindo entre 0,5% e 1% da população.
“É possível que exista grande subnotificação, até por apresentar variação de humor mais leve que a bipolaridade, além de diagnósticos errados, a exemplo da confusão com o borderline. Importantíssimo não subestimar a ciclotimia, pois, mesmo mais leve, afeta o equilíbrio emocional e a qualidade de vida dos pacientes”, acrescentou.
Assim como no transtorno de bipolaridade, o tratamento da ciclotimia é feito com medicamentos, os reguladores de humor, associados à terapia. Mas a neuropsicóloga ressalta que, em grande parte das vezes, é possível tratar o paciente com ciclotimia sem auxílio de medicamentos, apenas com a terapia e novos hábitos de vida, como uma boa rotina, sono regulado, atividades físicas e uma boa dieta, além de evitar o consumo de o consumo de álcool e outras drogas por serem substâncias psicoativas.
Neuropsicóloga Suzana Lyra explica diferença entre bipolaridade, borderline e ciclotimia
Renato Santana Santos
Entenda as diferenças
Bipolaridade
A neuropsicóloga explica que o transtorno bipolar é uma doença crônica, que não tem cura, caracterizada por uma forte variação de humor, que oscila entre episódios depressivos e eufóricos, separados por períodos de estabilidade.
“É importante destacar que existem dois tipos de bipolaridade. No tipo 1, o paciente passa por uma explosão de euforia, que pode ser percebida pelo excesso de confiança, mania de grandiosidade, irritabilidade e humor super elevado, podendo também apresentar quadros de alucinações e delírios. Já no tipo 2, o que prevalece é a depressão intercalado com alguns episódios de euforia”, relatou.
Borderline
Já o Borderline é um transtorno marcado por instabilidade emocional intensa, relacionamentos interpessoais instáveis e comportamentos impulsivos.
“Trata-se de um transtorno de personalidade com variação de humor. Pacientes com Borderline costumam ter flutuações extremas de humor que impactam nas atividades diárias como os estudos e o trabalho, influenciando também a forma como se relaciona com as outras pessoas. Entre as causas estão fatores genéticos, traumas, ambientes e disfunções neurobiológicas”, explica.
Responsável Técnica: Dra Suzana Lyra (CRP03/9748), Neuropsicóloga.
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