Libaneses começam a voltar para o sul e tropas israelenses se retiram em clima de tensão

Apoiadores do Hezbollah levantam bandeiras do grup oextremista durante retorno de moradores ao sul do Líbano após acordo de cessar-fogoAFP

Israel e o grupo extremista Hezbollah entraram em um cessar-fogo, anunciado pelo governo israelense nesta segunda-feira (26), o que gerou o começo do deslocamento de moradores de volta para o sul do Líbano. O acordo começou sob um clima tenso na madrugada de terça (27) quando os deslocados começaram a retornar a suas casas antes da retirada dos militares de Israel da região.

Meios de comunicação locais noticiaram que forças israelenses fizeram disparos após o início da trégua, diante da aproximação de populares de suas posições. O ministro da Defesa Israel Katz recomendou que as tropas operassem “agressivamente” caso algum risco fosse identificado.

Cessar-fogo

O acordo prevê 60 dias de trégua, que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que poderá ser ampliado a depender “do que acontecer no Líbano”, fala que provocou uma série de reações em Israel e no Líbano. Apoiadores do Hezbollah foram vistos erguendo bandeiras do grupo nos subúrbios do sul de Beirute, alvo de bombardeios constantes nos últimos meses. 

Em uma comunicação divergente, parlamentares libaneses disseram para a população deslocada pelo conflito retornar imediatamente para suas casas, enquanto os militares israelenses afirmaram que o retorno não deveria ser imediato, uma vez que ainda não se retiraram do país. Incidentes foram registrados nas primeiras horas de validade do acordo.

Tiros na região

As Forças Armadas de Israel confirmaram que seus soldados abriram fogo após identificar um veículo em “uma zona proibida” no Líbano, o obrigado a dar meia-volta. Alguns veículos de imprensa noticiaram que as tropas haviam aberto fogo em várias partes do sul do país.

De acordo com o canal de notícias al-Akhbar, morteiros foram disparados perto da cidade de Odaisseh e no centro de Meiss al-Jabal, duas vilas na fronteira. Tiros também teriam sido disparados perto de Markaba, outra vila fronteiriça. O jornal al-Manar relatou que tropas abriram fogo em Khiam. Não há relatos de feridos até o momento, o que pode indicar que os soldados podem ter disparado tiros de advertência.

Reação militar

Israel Katz, ministro da Defesa israelense, ordenou que os militares “operassem agressivamente”, em razão de uma suposta entrada de integrantes do Hezbollah na área de Kfar Kila, uma cidade no sul do Líbano.

“Todo membro do Hezbollah que chegasse às zonas proibidas deveria ser preso, e se eles ameaçassem as forças israelenses, eles deveriam ser atacados”, disse o gabinete de Katz em um comunicado.

Israel lançou bombas no território libanês até as últimas horas antes do início do acordo. Os militares confirmaram que ações foram realizadas na segunda-feira em Beirute, Tiro e Nabatiyeh, além de “rotas de contrabando” entre a Síria e o Líbano. Autoridades sírias afirmaram que zonas de seu território perto da fronteira libanesa foram bombardeadas mesmo após o início do cessar-fogo. Ao menos sete pessoas morreram durante as ações, segundo Damasco.

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