Demitida do Carrefour, mulher deve ser recontratada após uso indevido de câmeras de segurança

Uma funcionária do Carrefour, que foi demitida com base em imagens de câmeras de segurança da empresa, deverá ser recontratada pela supermercadista. A decisão da Justiça espanhol levou em consideração a lei de proteção de dados.

Carrefour foi condenado pela justiça espanhola

Empresa é obrigada a recontratar funcionária – Foto: Divulgação/Carrefour/ND

A funcionária era a única do departamento de decoração da empresa, e foi despedida por “infrações de natureza gravíssima”, por ter abandonado o emprego em pelo menos quatro ocasiões, não tendo cumprido o expediente habitual de forma injustificada.

O caso foi descoberto por meio das câmeras de segurança do Carrefour, mas os juízes do Superior Tribunal de Justiça do Principado das Astúria, que analisaram a questão, declararam a demissão como nula, por uma violação à proteção de dados da colaboradora.

“A empresa não tinha informado previamente os afetados sobre o âmbito do tratamento dos seus dados, ou seja, em que casos as gravações poderiam ser visualizadas, durante quanto tempo e para que finalidades, explicando que nomeadamente poderiam ser utilizadas para impor medidas disciplinares e sanções por violação do contrato de trabalho. Em nenhuma das imagens obtidas os trabalhadores afetados podem ser autuados”, diz trecho da decisão.

Carrefour deverá recontratar trabalhadora

Agora, o Carrefour deverá reintegrar a funcionária ao trabalho, com decisão referendada pelo Supremo Tribunal Federal. Os magistrados enfatizaram que para uso dos dados de forma disciplinar, o empregador deve informar os empregados especificamente sobre o alcance e as possibilidades de utilização das imagens.

O não cumprimento desta determinação configuraria violação de direitos fundamentais, invalidando as provas obtidas desta forma.

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