Este domingo (27) é dia do segundo turno das eleições presidenciais no Uruguai. Mais de 2 milhões de eleitores vão às urnas escolher entre o candidato de esquerda Yamandú Orsi, que teve a maioria de votos no primeiro turno, e o de direita, Álvaro Delgado.
Um deles substituirá o atual presidente, Lacalle Pou, em março de 2025. Pou não disputa as eleições porque no Uruguai não é permitida a reeleição, mas deixa o poder com um alto índice de aprovação.
O candidato de esquerda saiu à frente no primeiro turno, em 27 de outubro, com 43,9% dos votos, e Delgado, 26,8%.
Orsi é do partido Frente Ampla, o qual ficou na presidência por 15 anos antes de Lacalle Pou, que assumiu em 2020. Antes dele, foram dois mandatos de Tabaré Vázquez e um de Mujica.
Eleições no Uruguai são ‘chatas’
As disputas políticas no país não costumam ser marcadas por grandes polêmicas, crimes ou ameaças de golpe, como no Brasil e em outros países da América Latina.
Apesar de uma disputa acirrada, a polarização é leve. Segundo a socióloga Mariana Pomiés, diretora da consultoria local Cifra, os moradores preferem candidatos que não façam “mudanças bruscas” no país.
“O Uruguai é um país onde historicamente se valorizam as transições mais lentas. Candidatos que propuseram mudanças mais drásticas perderam as eleições”, disse à BBC.
Na corrida eleitoral, os candidatos participaram de eventos sem atritos, até com sorrisos. O atual presidente também caminhou pelo centro de Montevidéu sem grande segurança, como faziam Mujica e outros antecessores.
“Somos como nossa geografia: uma peniplanície [região quase plana] suavemente ondulada. E as mudanças que gostamos são suavemente onduladas”, destacou Pomiés à BBC News Mundo (serviço em espanhol da BBC).