Segundo o cineasta Rômulo Corrêa, a obra chama atenção para três pilares importantes para a vivência em comunidade: o meio ambiente, a espiritualidade e a comunidade LGBTQIAPN+. Curta será exibido em diversos festivais nacionais e internacionais a partir de 2025. Algumas cenas do curta “O pequeno Rei” de Rômulo Côrrea em Divinópolis
Rômulo Côrrea/Divulgação
O cineasta divinopolitano Rômulo Corrêa lançou na última quarta-feira (20), em Divinópolis, o curta-metragem “O Pequeno Rei”, sua primeira obra de ficção. A exibição integrou a programação do Dia da Consciência Negra na cidade.
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Segundo Rômulo, a obra chama atenção para três pilares importantes para a vivência em comunidade: o meio ambiente, a espiritualidade e a comunidade LGBTQIAPN+.
“O Pequeno Rei” narra a história de Maria, uma mulher transgênero com deficiência física, que cria um amor incondicional com o sobrinho Zezinho. Em um ritual mágico realizado anualmente, Maria transforma Zezinho em um rei de beleza incomparável. Neste ritual, ela transmite ao sobrinho valores fundamentais, como autoconfiança, espiritualidade e aceitação das diferenças”, contou o diretor.
Algumas cenas do curta “O pequeno Rei” de Rômulo Côrrea em Divinópolis
Rômulo Côrrea/Divulgação
Para produzir o curta, Rômulo se inspirou no conceito do sagrado feminino, que ele acredita ser muitas vezes reprimido pela sociedade, em especial no Brasil, onde a violência contra pessoas trans continua alarmante.
‘”O Pequeno Rei’ retrata da viagem deste personagem ao seu interior, sua viagem de autoconhecimento, até ele, quando adulto, consegue se ver como realmente é, e se aceita”.
O conceito do filme não se limitou apenas à narrativa e se estendeu à forma como a produção foi realizada.
“A seleção do elenco foi marcada por uma busca por autenticidade. Três jovens atores interpretam diferentes fases do protagonista Zezinho, todos sem experiência prévia no cinema, o que proporcionou uma entrega ainda mais genuína”, disse Rômulo.
O elenco contou ainda com Olívia Oli no papel de Tia Maria. Conhecida por suas atuações como Drag Queen, Olívia empresta uma carga emocional singular à personagem.
Outro destaque foi a formação de uma equipe diversificada, composta por profissionais de áreas como eletricidade e construção civil, muitos deles atuando pela primeira vez no setor audiovisual.
“Isso proporcionou novas oportunidades para esses talentos no setor audiovisual, refletindo a filosofia inclusiva e transformadora”, explicou.
O filme será exibido em diversos festivais nacionais e internacionais a partir de 2025, além de mostras em pontos culturais e ONGs da cidade. O projeto foi viabilizado pela Lei Estadual Paulo Gustavo, que apoia produções culturais no Brasil.
Algumas cenas do curta “O pequeno Rei” de Rômulo Côrrea em Divinópolis
Rômulo Côrrea/Divulgação
Sobre o autor
Rômulo Corrêa, natural de Divinópolis, viveu por mais de 30 anos na Alemanha, sempre teve uma relação profunda com a arte cinematográfica.
Seu trabalho como maquiador e videomaker para filmes e moda foi a base para seu ingresso no universo do cinema, onde ele visa dar a voz àquilo que não pode ser expresso apenas por palavras.
Neste ano, a cineasta divinopolitano já havia lançado um documentário onde contava sobre os misticismos que cercavam o Morro da Gurita em Divinópolis.
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