Brigadas comunitárias têm papel fundamental no combate ao fogo, afirma WWF-Brasil


No Cerrado e no Pantanal, biomas atingidos de forma severa por incêndios florestais, brigadas têm recebido equipamentos e treinamentos, aponta a ONG. Conforme Cemaden, 2024 registra a pior estiagem em 44 anos. Cerca de 40 brigadas recebem apoio da WWF-Brasil em parceria com instituições no Pantanal e Cerrado.
Divulgação/SOS Pantanal
O Pantanal, a maior planície alagada do mundo, vem enfrentando anualmente incêndios que têm gerado a devastação de grandes áreas da vegetação do bioma.
Conforme dados do MapBiomas, entre janeiro e agosto deste ano, a área queimada no Pantanal aumentou 249% em comparação à média dos cinco anos anteriores. No total, foram queimados 1,2 milhão de hectares.
Estudos inéditos da iniciativa criada pelo Sistema de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima (SEEG/OC) revelam, também, que a área alagada do Pantanal diminuiu 61% entre 1985 e 2023, uma queda acompanhada por períodos de seca mais prolongados e cheias cada vez mais curtas, o que tem favorecido também incêndios mais intensos.
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A mesma realidade é enfrentada pelo Cerrado brasileiro e o MapBiomas aponta que mais da metade de toda área desmatada no Brasil está localizada no Cerrado. Em 2023, o bioma perdeu 1,8 milhão de hectares de vegetação nativa.
Segundo o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemaden), 2024 registra a pior estiagem em 44 anos e, somente no Pantanal e Cerrado, foram identificados 14 mil e 76 mil focos de incêndio, respectivamente, até outubro.
A avaliação feita pela organização não-governamental WWF-Brasil, que tem apoiado a formação de brigadas comunitárias voltadas à prevenção e combate inicial aos incêndios, é a de que o cenário de devastação dos biomas poderia ser ainda maior sem o trabalho intenso de centenas de brigadistas.
Brigadas comunitárias têm atuado no combate ao fogo no Pantanal e Cerrado
De acordo com a instituição, o resultado positivo da estratégia decorre de investimentos como treinamento de 20 brigadas em diferentes pontos do Pantanal e 12 no Cerrado, em parceria com a organização Ecoa, SOS Pantanal e o Prevfogo, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
“Essa estratégia teve origem na resposta emergencial que foi conduzida em 2019, quando a Amazônia também enfrentou grandes incêndios. Com as mudanças climáticas e os incêndios mais frequentes, entendemos que era preciso estender essas ações a outros biomas e apoiar a formação e fortalecimento de brigadas comunitárias de forma constante”, salienta Osvaldo Barassi Gajardo, especialista em conservação do WWF-Brasil.
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Trabalho em parceria
O Pantanal e o Cerrado possuem áreas de difícil acesso e com pouca infraestrutura que refletem no trabalho dos brigadistas. Nesse sentido, embora haja presença de brigadas oficiais como do Corpo de Bombeiros militares, a urgência em se combater focos de incêndio reforça a importância da contribuição comunitária neste trabalho.
Conforme a WWF-Brasil, por meio das parcerias, cerca de 50 brigadas foram fortalecidas nos dois biomas.
De acordo com a Ecoa, o trabalho de formação das brigadas iniciou em 2000 e, desde então, 23 brigadas voluntárias foram formadas e contaram com participação direta da Ecoa. Ao todo, há cerca de 50 brigadas no Pantanal, entre privadas e comunitárias, localizadas em comunidades indígenas, ribeirinhas e fazendas, destaca a ong. Conheça mais sobre o trabalho desenvolvido clicando aqui.
A prevenção dos incêndios florestais e a restauração do Pantanal são o foco também da SOS Pantanal, que conta com 24 brigadas participantes do projeto “Brigadas pantaneiras”. Dados da instituição mostram que os investimentos feitos ultrapassam R$1,3 milhão e 305 pessoas já foram treinadas. Conheça mais sobre o trabalho desenvolvido clicando aqui.
Brigadas comunitárias são apoiadas por instituições no Pantanal e Cerrado de MS
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