Universitários criam estufa sustentável que acelera secagem de fibras de bananeira usadas por artesãs


Ação faz parte do projeto Florestas Inteligentes, de uma universidade de Sorocaba (SP). Grupo de artesãs de Miracatu (SP) usa a fibra seca das folhas de bananeira para criar peças. No entanto, enfrenta dificuldades na produção devido às condições climáticas da região. Artesã tecendo as fibras secas da bananeira
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Alunos de uma faculdade de Sorocaba (SP) desenvolveram uma estufa sustentável que acelera a secagem das fibras de bananeira usadas por um grupo de artesãs de Miracatu (SP). A ação faz parte do projeto Florestas Inteligentes.
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As mulheres criam peças utilizando o recurso natural da bananeira, porém, as condições climáticas da região dificultam o processo de secagem da fibra e, consequentemente, atrasam a produção.
“A grande demanda que nós temos atualmente precisa de muitas fibras. A estufa vai ajudar em uma produção muito maior”, afirma Leia Alves, presidente da associação das artesãs.
Fibras da bananeira dentro da estufa
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As fibras retiradas da folha de bananeira demoram cerca de 24 horas para secarem naturalmente. Além disso, o manuseio da matéria-prima deve ser feito com muito cuidado, pois há o risco de o recurso ser perdido.
Com a estufa sustentável, as fibras levam apenas 30 minutos para ficarem secas, devido ao interior da máquina, que atinge temperaturas de 180°C a 200°C.
Os alunos tinham como objetivo criar uma máquina sustentável, sem impacto negativo na natureza. Por isso, a estufa é equipada com sensores e controladores de umidade e temperatura. O sistema também é alimentado por placas solares, que garantem uma fonte de energia renovável e sustentável.
“A gente pensou desde o início em fazer algo que a gente conseguisse participar de todo o desenvolvimento, toda a construção. Tínhamos como princípio que não tivesse nenhum impacto negativo sustentavelmente, por isso priorizamos a energia solar”, diz Lucas Ferreira Neto, um dos alunos envolvidos no projeto.
Estufa sustentável desenvolvida pelos alunos de uma universidade em Sorocaba
TV TRIBUNA SANTOS
Leticia da Silva, uma das estudantes que participou do projeto, é da área de humanas. Mas ela enfatiza que isso não foi um empecilho para ajudar a desenvolver a estufa.
“Eu vi que eu era capaz de entender coisas, conceitos sobre elétricas que eu achei que não entenderia. A gente tem uma tendência de pensar: ‘ah, eu sou de humanas, só vou fazer isso, isso e aquilo’. Não, eu entendi que eu conseguiria fazer as coisas se eu estivesse disposta”, explica.
Para a criação da máquina, os alunos contaram com algumas parcerias. Daniela Gerdentes, a gerente do Legado das Águas, ajudou no projeto e realça como a iniciativa é gratificante.
“Saber que tudo isso vai melhorar a vida dessas mulheres, que lutam bastante para trabalhar com o recurso natural, que é a fibra da bananeira, deixa a gente emocionado, além de ter a oportunidade de trazer alunos, que saem da teoria e vão para a prática”, diz.
Para a criação da estufa, os alunos seguiram as orientações do projeto Florestas Inteligentes, uma iniciativa que estimula universitários a compreenderem como a sustentabilidade é importante para as comunidades, sejam elas grandes ou pequenas.
“É uma experiência muito transformadora na vida dos alunos. Eles precisam aprender a lidar com a população que eles não estão acostumados, como a comunidade ribeirinha e artesãos. Quando a gente olha para a bioeconomia, conseguimos gerar renda, melhorar a qualidade de vida das pessoas e, ao mesmo tempo, manter a floresta em pé”, explica Vitor Gomes, diretor de sustentabilidade da faculdade.
Estufa sustentável desenvolvida pelos alunos de uma universidade em Sorocaba
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No total, as artesãs produzem cerca de 200 peças por mês. Com a estufa, elas pretendem dobrar a produção. A associação produz as peças de decorações por encomenda e envia para vários lugares do Brasil e, até mesmo, para países da Europa e Ásia.
“Hoje, a gente exporta para o Japão, para a França, tem até representante oficial em uma loja de Paris. A Bonarte tem toda uma história, uma tradição, é o saber fazer o manual, cultivar as tradições locais e artesanato único do vale. Para a gente, é uma grande satisfação”, diz.
Alunos e presidente da associação de mulheres artesãs
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