Embarcação com programação cultural gratuita vai percorrer rios da Amazônia, da ilha do Marajó ao Amazonas


Obra projetada pelo artista boliviano Freddy Mamani leva intervenção artística para municípios ribeirinhos e evidencia o caráter formativo e educativo da Bienal das Amazônias. Embarcação da Bienal das Amazônias
Divulgação
A embarcação da Bienal das Amazônias vai navegar por rios da região com programação para pessoas de todas as idades de comunidades ribeirinhas.
O projeto Bienal das Amazônias Sobre as Águas é uma obra de arte, projetada pelo artista boliviano Freddy Mamani, que começará a cruzar as águas no dia 10 de janeiro. A viagem será pelas ilhas de Belém, pelo Marajó e até o Amazonas, terminando no dia 31 de maio de 2025.
A curadoria é da diretora de Conteúdo e Pesquisa do Instituto Bienal das Amazônias, Keyna Eleison.
Barco da Bienal das Amazônias levará programação cultural pelos rios
Neste sábado (23), uma apresentação especial para está marcada com o público de Belém, das 9h às 17h, com a presença de Freddy Mamani. Pedreiro, arquiteto e engenheiro, Freddy se notabilizou ao criar uma nova arquitetura andina, com trabalhos já realizados na Bolívia, Peru e no Brasil.
A partir de 11 de dezembro, o barco ficará aberto para visitação gratuita, sendo também espaço para programações pedagógicas, às quartas e quintas-feiras, das 9 às 11h30, e artísticas, das 16 às 21 horas. As segundas e terças-feiras são reservadas para manutenção.
O barco fica na Escadinha até o final de dezembro e então seguirá para a itinerância. Às sextas-feiras, o barco navega para localidades próximas, como Outeiro, Cotijuba e Mosqueiro, ilhas da Região Metropolitana, e para os municípios de Abaetetuba, Barcarena e Moju. A viagem termina em Ponta de Pedras, no Marajó. Depois, o barco segue para o Amazonas.
“Nesse projeto, acho que vai ser interessante fazer uma união de culturas por meio da arquitetura na construção deste navio, pois vamos aplicar elementos geométricos, essas linhas perfeitas que existem nos têxteis. Ao mesmo tempo, dentro desses elementos, vamos tentar fundir com aquela policromia de cores que existem na parte andina e na parte amazônica”, afirmou.
Encontro de saberes
Keyna Eleison, diretora de Pesquisa e Conteúdo do Instituto Bienal das Amazônias e curadora da Bienal sobre as Águas, contou que o projeto do barco é uma obra de arte que está sendo desenvolvida, pensada e sonhada desde 2021.
“Este barco-obra de arte vai guardar, vai levar, vai carregar, vai trocar, vai receber uma quantidade de eventos, performances, aulas, visitas, festas, shows e outros desdobramentos culturais e artísticos”, disse.
Lívia Condurú, presidente da Bienal das Amazônias, afirmou que a Bienal sobre as Águas é importante por fazer com que a arte e a cultura cheguem a lugares e pessoas das mais variadas etnias e faixas etárias.
“É interessante fazer esse encontro de saberes e acho que nada melhor do que algo tão comum ao povo amazônico, como um barco”, disse.
Visitação gratuita
A Bienal das Amazônias Sobre as Águas poderá ser visitada gratuitamente em qualquer uma das localidades em que o barco/obra aportar.
A embarcação, que comporta 200 pessoas, foi completamente adaptada para garantir a acessibilidade a todos os públicos, com rampas, quartos e banheiros acessíveis.
Além disso, o barco vai navegar com uma tripulação média de 20 pessoas capacitadas para dar todo tipo de suporte necessário.
O projeto tem patrocínio do Instituto Cultural Vale e Nubank, via Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Sobre a Bienal das Amazônias
A Bienal das Amazônias é instituição de arte, nascida no Sul Global, que tem como premissa o deslocamento do debate sobre as artes e seus potenciais enquanto ferramenta geradora de transformação econômica e social, dos eixos dominantes do mercado das artes, devolvendo o protagonismo à Amazônia desde as Amazônias.
Além de seus eventos bienais, a Bienal realiza ações socioculturais por meio das atividades desenvolvidas em seu Centro Cultural em Belém (PA) e do apoio a outros projetos e artistas.
Mais informações no site (www.bienalamazonias.org.br) ou no Instagram @bienalamazonias e @bienalsobreasaguas.
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