Hospital Metropolitano de Sarandi retoma atividades em dezembro após suspensão por ‘risco de infecções’


Interdição aconteceu em 31 de outubro devido a “indícios de má gestão de verba pública”, e atendimentos foram suspensos por risco de infecções, segundo a Secretaria Estadual de Saúde. Hospital Metropolitano de Sarandi deve retomar atividades
O Hospital Metropolitano de Sarandi, no norte do Paraná, irá retomar as atividades, de forma gradativa, a partir de dezembro deste ano, de acordo com o interventor Rogério Kuntz.
Em 28 outubro, a Justiça determinou a intervenção por ‘indícios de má gestão de verba pública’. Três dias depois, o hospital foi interditado e teve os atendimentos suspensos devido ao risco de infecções, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa). Relembre abaixo.
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Em uma audiência pública na quinta-feira (21), Kuntz falou que os salários atrasados dos funcionários já foram pagos e que questões sanitárias que envolviam o risco de infecção foram resolvidas.
“Nós já conseguimos sanar todos esses salários atrasados, salários estão em dia, inclusive também os benefícios. A boa notícia também é que já temos os recursos provisionados para a primeira parcela do décimo terceiro salário”, disse.
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Kuntz afirmou que, em dezembro, devem ser retomados os exames de imagem e parte dos serviços do ambulatório, e que as demais atividades serão normalizadas até maio de 2025.
O Hospital Metropolitano atende mais de 115 municípios do norte e noroeste do Paraná e, desde que foi interditado, outros hospitais da região e do estado precisaram absorver parte dos atendimentos.
No entanto, a diretora da 15ª Regional de Saúde, Elisabete Kobayashi, afirmou que os pacientes que estão na fila de espera ambulatorial continuam aguardando por atendimento.
“São mais de 750 aguardando essa consulta especializada. O que nós estamos tentando identificar é a prioridade dessa fila. Pacientes que correm o risco de agravamento e devem ser atendidos imediatamente”, reforçou.
Interdição
Hospital Metropolitano de Sarandi, no norte do Paraná
Alex Magosso
A decisão de interditar o Hospital Metropolitano de Sarandi foi da juíza Ketbi Astir José, da Vara de Fazenda Pública de Sarandi, que atendeu a um pedido feito pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) em uma ação civil pública.
Conforme a denúncia, o hospital não estava aplicando os recursos públicos de forma adequada.
A investigação do MP apontou irregularidades relacionadas ao convênio firmado entre o hospital e a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa).
O órgão afirmou que recebeu reclamações de falha na prestação dos serviços médicos, como cirurgias não realizadas, procedimentos cancelados por não pagamento dos profissionais contratados e falta de material cirúrgico e medicação.
Com a decisão, a diretoria anterior foi afastada e a coordenação da instituição foi feita pelo Governo do Estado até a nomeação de um interventor.
Dificuldades financeiras
Em fevereiro deste ano, o Hospital Metropolitano anunciou que estava passando por dificuldades financeiras. Em decorrência disso, 16 pacientes foram transferidos para instituições hospitalares da região.
Na época, o Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde em Maringá e Região (STESSMAR) informou que a dívida de salários atrasados dos servidores chegava a R$ 2 milhões.
Em junho deste ano, uma vistoria da 15.ª Regional de Saúde apontou diversos pontos críticos do hospital. Entre eles, estava a drástica redução de pacientes em decorrência da péssima gestão.
Funcionários do hospital chegaram a aprovar um indicativo de greve por conta da falta de pagamento dos salários.
Ainda, o MP afirmou que o hospital acumulava inúmeras dívidas e que os credores entraram na justiça para receber os valores devidos.
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