Frente fria que avança pelo país vai canalizar umidade da Amazônia, formando uma extensa faixa de nuvens que vai até o Sudeste. Boa parte do país deve ter chuva nos próximos dias.
Cris Fraga/Dragon Fly Press/Estadão Conteúdo
Depois de dias de tempo firme, a chuva volta a ganhar força em grande parte do país neste fim de semana. Uma frente fria que passa pelo litoral da Bahia deve trazer instabilidade para quase todas as regiões.
Como aconteceu nas últimas semanas, essa frente fria vai canalizar umidade da Amazônia, criando um corredor de instabilidade na faixa mais central do Brasil, se estendendo até o Sudeste.
Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo, destaca que a formação desse corredor é característica do mês desse período do ano e destaca a chuva que deve atingir a Bahia nos próximos dias.
“Vai ter muita chuva, principalmente na Bahia. O destaque fica para o leste do estado, nas regiões de Ilhéus, Porto Seguro, atingindo também a capital, Salvador”, alerta.
Com a previsão de temporais no estado, há risco de alagamentos e deslizamentos por conta do volume muito expressivo de chuva. De acordo com o meteorologista, os maiores acumulados estão previstos para sábado (23).
Além das tempestades na Bahia, o canal de umidade deve reforçar outras áreas de instabilidade que já estão atuando no país, como um cavado no Sudeste.
Frente fria deve canalizar umidade e gerar uma extensa faixa de instabilidade no centro do país.
Inmet
⛈️Cavados são áreas alongadas de baixa pressão. Esse fenômeno meteorológico acontece quando há uma corrente de vento que ajuda na formação de nuvens de tempestade.
Com isso, já nesta sexta (22), deve chover forte em São Paulo e no Rio de Janeiro. A partir de sábado, locais do Centro-Oeste e Norte também podem ter pancadas de chuva.
No domingo, a chuva deve ficar concentrada na metade norte de Goiás, Distrito Federal, Tocantins, sul do Pará, Amazonas e Rondônia.
👉Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as seguintes regiões devem registrar chuvas intensas nos próximos dias:
oeste do Paraná;
noroeste de São Paulo;
centro de Minas Gerais;
Goiás;
Distrito Federal;
leste do Mato Grosso do Sul;
Mato Grosso;
Rondônia;
sul do Pará;
norte do Acre;
e centro-sul do Amazonas.
🟠Nessas regiões, os acumulados podem chegar a 100 milímetros por dia, com ventos intensos, de até 100 km/h. As chuvas previstas para esses locais foram classificadas pelo Inmet em um aviso meteorológico “laranja”, que qualifica as chuvas como de “perigo”. (saiba mais abaixo)
Regiões em laranja no mapa devem ter chuvas intensas nos próximos dias.
Inmet
Temperaturas amenas
Com a previsão de tempo instável, as temperaturas também devem ficar mais amenas. Luengo destaca que o Sudeste é uma das regiões em que isso deve acontecer.
“Por aqui a temperatura não chega a subir muito, não deve fazer nem frio nem calor, mais ameno mesmo”, comenta.
A situação é muito diferente do que o observado em novembro do ano passado. Isso porque na época, o Brasil enfrentava uma forte onda de calor – potencializada por um El Niño também atípico.
Em São Paulo, por exemplo, foram registradas duas vezes a marca de 37,7°C em novembro de 2023. Neste ano, este mês está sendo o único do ano com tendência de média de temperaturas abaixo do normal.
Já o Rio de Janeiro chegou a registrar 42,5°C em novembro do ano passado. Em novembro de 2024, a capital carioca teve apenas três dias com temperaturas acima dos 34°C.
Neste ano, o mês tem sido com pancadas de chuva frequentes em boa parte do país, o que ajuda a regular a temperatura diária e inibe o superaquecimento do solo e do ar.
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Avisos meteorológicos do Inmet
O Inmet, atualmente ligado ao Ministério da Agricultura e Pecuária, mantém o “Alert-AS – Centro Virtual para Avisos de Eventos Meteorológicos Severos”.
⚠️Além da previsão e do monitoramento do tempo em geral, entre outras atividades, o Inmet emite “avisos meteorológicos”, nos quais classifica em três níveis de intensidade o fenômeno observado: amarelo (perigo potencial), laranja (perigo) e vermelho (grande perigo).
Os avisos do sistema Alert-AS do Inmet NÃO têm relação com os alertas oficiais, que são usados pela Defesa Civil quando há risco à população. Eles são feitos pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
Veja como ficam as temperaturas nos próximos dias nas capitais, segundo o Inmet:
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