Inpe inicia desenvolvimento de satélites para monitorar derramamento de óleo nos oceanos; saiba como vai funcionar


O projeto prevê o desenvolvimento de um sistema multiusuário de detecção, previsão e monitoramento de derrame de óleo no mar, chamado de ‘SisMOM’. Prazo para a entrega final do projeto é de 4 anos. Imagem de arquivo – Derrame de óleo nas praias do Guaiu e de Mogiquiçaba, no Nordeste brasileiro, em 2019
Divulgação/Prefeitura de Belmonte
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com sede em São José dos Campos, no interior de SP, anunciou o desenvolvimento de satélites que vão monitorar o derramamento de óleos por embarcações na costa brasileira.
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Segundo o Inpe, o último protocolo de intenções para desenvolver técnicas de inteligência artificial foi assinado junto ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) neste mês.
O projeto prevê o desenvolvimento de um sistema multiusuário de detecção, previsão e monitoramento de derrame de óleo no mar, chamado de ‘SisMOM’. Ao g1, o pesquisador-chefe e coordenador geral do projeto, Dr. Paulo Nobre, do Inpe, explicou que a iniciativa partiu após o episódio envolvendo o derrame de óleo no Nordeste brasileiro.
“Com aquilo, o Governo Federal entendeu a necessidade de que o Brasil tivesse um sistema de estado de monitoramento oceânico voltado para derrame de óleo no mar. Daí surgiu esse programa chamado SisMOM. É um sistema de vários parceiros de monitoramento, detecção, previsão e monitoramento de óleo no mar”, disse.
“Ele é um projeto inicialmente calcado no Inpe, com dois grandes clientes que são o Ibama e a Marinha do Brasil. Esse projeto, contudo, ele não é um projeto do Inpe, ele é um projeto em rede, com várias instituições”, explicou.
Atualmente, 16 instituições fazem parte dessa rede que vista o desenvolvimento do sistema.
Imagem de arquivo – Simulado de derramamento de óleo em São Sebastião (SP)
João Mota/TV Vanguarda
Como vai funcionar
O sistema desenvolvido pela rede vai monitorar o derramamento de óleo em toda a costa brasileira. Inicialmente, cerca de 50 profissionais, entre bolsistas e pesquisadores, atuam no projeto.
A ideia é o desenvolvimento de uma ‘constelação de satélites’, com utilização de algoritmos baseados em Inteligência Artificial, que vai detectar embarcações e manchas de óleo no mar, além da previsão de deriva e dispersão das manchas de óleo no mar.
A curto e médio prazo, os objetivos, segundo o pesquisador, são desenvolvimentos de:
algoritmos inteligentes de detecção de navios e de óleo no mar;
sistema de modelos de dispersão de óleo no mar adaptados às condições ambientais meteorológicas, oceânicas regionais e de escalas locais brasileiras;
sistema inteligente de agregação de informações sobre derrame de óleo e comunicação com os tomadores de decisão em caso de desastres;
sistema de previsões hidrodinâmicas multimodelos a partir de modelos acoplados oceano-atmosfera global e modelos regionais para a previsão oceânica e atmosférica de alta resolução espacial, juntamente à infraestrutura computacional e de dados associada.
“Ninguém tem um sistema de monitoramento de olhos no mar com um satélite a cada dois dias. Então, por isso, nós estamos desenhando uma rede de satélites, uma constelação de satélites, pequenos satélites, satélites de radar e outros, para a gente ter um monitoramento diário de toda a costa, todo o mar territorial brasileiro”, acrescentou Nobre.
O projeto foi dividido em nove metas, que passam pelo desenvolvimento desses algoritmos e sistemas, até a provisão de informações para os sistemas do Ibama e da Marinha do Brasil.
Segundo o projeto, o prazo para a entrega do sistema é de 4 anos a partir da publicação da instrução do convênio no Diário Oficial da União.
Inpe inicia desenvolvimento de satélites para monitorar derramamento de óleo nos oceanos
Reprodução
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